41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Infarto Agudo do Miocárdio Trombótico - Relato de Caso

Introdução e/ou Fundamento

Cerca de 94% dos casos de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) possuem como principal etiologia a doença aterosclerótica subjacente (Pasupathy et al., 2015). No entanto, outras entidades mais raras também podem resultar em IAM com coronárias normais (Ibanez et al., 2017).

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

Sexo feminino, 53 anos, hipertensa controlada e história familiar de evento cardiovascular precoce, procura atendimento com quadro de dor torácica típica. O eletrocardiograma evidenciou IAMCSST de parede anterior, Killip III. Troponina ultrassensível positiva de 15,64 (VR 11,03). Encaminhada à Intervenção Coronária Percutânea (ICP), onde observou-se disfunção sistólica global grave do VE e obstrução coronariana por trombo, com oclusão aguda da artéria DA e ausência de doença aterosclerótica. Seguiu-se para angioplastia primária com colocação de 1 stent farmacológico. Após a ICP, foi admitida na Unidade Coronariana (UCO). Ecocardiograma transtorácico durante a internação evidenciou sobrecarga de VE com espessura parietal normal e disfunção ventricular esquerda leve a moderada. Paciente evoluiu satisfatoriamente, tendo alta hospitalar no 5º dia. Cerca de 1 mês após a alta, retorna ao mesmo serviço com quadro súbito de dispneia e tosse secretiva. Exames de imagem e laboratoriais compatíveis com choque misto grave - séptico de foco pulmonar e cardiogênico -, sendo novamente admitida na UCO. Evoluiu com necessidade de intubação orotraqueal (IOT) e posterior traqueostomia, múltiplos esquemas de antibioticoterapia e piora progressiva da função renal, com necessidade de hemodiálise.  Apresentou trombose arterial com necrose de MIE, com necessidade de desbridamento cirúrgico e amputação do 5º pododáctilo. Atualmente encontra-se em VM, com refratariedade às tentativas de  extubação, em sedação leve e em uso de drogas vasoativas há mais de 40 dias.  

Discussão

Infartos com coronárias normais representam apenas 6% dos quadros de IAM registrados (Pasupathy et al., 2015). Descartadas outras causas mais comuns, como a fibrilação atrial, estende-se a investigação para outras etiologias. A hipótese para o caso envolve a investigação de trombofilia subjacente, pela apresentação atípica de trombose coronariana em ausência de outros fatores predisponentes.  Com a dificuldade de desmame ventilatório associada à gravidade do quadro e a possibilidade de um distúrbio da coagulação, é fundamental seguir a investigação etiológica com possível  injúria cerebral.    

Palavras Chave

IAM; infarto de parede anterior; coronaria; trombofilia; trombose

Área

Doença Coronária

Categoria

Iniciação Científica (Alunos de Graduação em Medicina)

Instituições

Faculdade de Medicina de Petrópolis - Rio de Janeiro - Brasil, Hospital Santa Teresa - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Matheus Manzani Malheiros, Ana Heloisa Nascimento Beserra, Clarice de Castro Carvalho, Bruna Nalesso Saraiva, Leonardo Magno Neiva de Sousa, Nélio Gomes Junior