41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DO TREINAMENTO FÍSICO EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM USO DE TERAPIA INOTRÓPICA

Introdução e/ou Fundamento

A insuficiência cardíaca descompensada (ICD) requer intervenção imediata, possível hospitalização e, usualmente, terapia com medicamentos inotrópicos e vasopressores. Sabe-se que a imobilidade prolongada associada à ICD pode prejudicar a função física e favorecer a perda de massa muscular. Entretanto, existe pouca informação disponível sobre a segurança do treinamento físico nesse perfil de pacientes.

Objetivo

Avaliar a ocorrência de eventos adversos durante o treinamento físico dos pacientes com ICD em uso de terapia inotrópica. 

Materiais e Métodos

Trata-se de uma coorte retrospectiva, com pacientes internados em um hospital universitário no período de junho de 2021 a junho de 2022. As informações foram extraídas do prontuário eletrônico e registradas em uma ficha de coleta para posterior análise. A ocorrência dos eventos adversos foi calculada pela razão entre quantidade de eventos adversos registrados e pelos atendimentos fisioterapêuticos realizados no mesmo período. A relação entre evento adverso e nível de mobilidade com a dose do inotrópico foi testada pelo teste exato de Fisher. Teste de Spearman foi utilizado para avaliar a correlação entre os eventos adversos e os sinais vitais. O nível de significância foi estabelecido em p<0,05.

Resultados

Foram analisados 38 pacientes, com o total de 343 atendimentos. No período foram registrados 20 eventos adversos (5,8%), sendo 5,2% classificados como leves, 0,9% como moderados e nenhuma ocorrência de eventos adversos graves. O evento mais frequente foi a hipotensão, sendo 0,3% dos casos com necessidade de intervenção e 1,7% sem necessidade de intervenção clínica. A maior frequência de eventos adversos aconteceu em pacientes dose alta de inotrópico (p= 0,003). O maior nível de mobilidade pela Escala de Mobilidade em UTI (IMS - Intensive Care Unit Mobility Scale), entre 6 – 10, foi alcançado principalmente nas doses baixa (71,0%) e moderada (56,8%). Com os pacientes em dose alta de inotrópico, observou um paralelo entre o IMS 3 – 5 com (40,20%) e o IMS 6 – 10 (39,3%) com p= 0,002. O nível de IMS apresentou correlação negativa com as doses de noradrenalina (r= - 0,361) e dobutamina (r= - 0,308) durante o atendimento.

Conclusões

O treinamento físico em pacientes com ICD em uso de inotrópicos pode ser considerado seguro, pela baixa ocorrência de eventos adversos leves e moderados e pela ausência de eventos graves. 

Referências Bibliográficas (OPCIONAL)

   

Palavras Chave

Insuficiência cardíaca descompensada; Exercício; Evento adverso; fisioterapia cardiovascular.

Área

Fisioterapia

Instituições

Hospital Universitário Pedro Ernesto - HUPE/UERJ - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

DAIANE DO NASCIMENTO CAMELO, CLARA PINTO DINIZ, CAROLINA NIGRO DI LEONE, JULIANA REGA DE OLIVEIRA, JAQUELINE PEIXOTO LOPES