Dados do Trabalho
Título
IMPLANTAÇÃO DO PRONTUÁRIO AFETIVO PARA PACIENTES EM PERIOPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDÍACA
Introdução e/ou Fundamento
Centros de terapia intensiva (CTI), em geral, representam um ambiente rígido, frio e de muitos procedimentos invasivos que geram sentimentos conflitantes para o paciente e sua família. O prontuário afetivo é uma estratégia recente de acolhimento a fim de personalizar esse espaço minimizando essas sensações. Valoriza a subjetividade do indivíduo e disponibiliza informações que favorecem o vínculo entre paciente, familiares e equipe assistencial.
Objetivo
Relatar a experiência de implantação do prontuário afetivo num CTI de Cirurgia Cardíaca.
Materiais e Métodos
Relato de experiência sobre a implantação do prontuário afetivo em CTI de cirurgia cardíaca em um hospital universitário do Rio de Janeiro em 2023.
Resultados
Após uma revisão de publicações científicas em base de dados, desenvolveu-se no programa Word® uma proposta de prontuário afetivo fundamentada nas experiências de cuidado e no que importava mais a cada paciente consultado. O instrumento abarca as preferências/características afetivas dos pacientes: como deseja ser chamado (nome e apelido), o que gosta de ouvir e de fazer, religião, trabalho, time de futebol, signo e descrição livre da família. A formatação possui espaços definidos para cada item, permitindo o registro realizado pelos profissionais em tamanho legível e lúdico com uso de canetas coloridas. A intervenção foi apresentada a toda equipe do setor e o fluxo se iniciou nos pacientes crônicos, com participação ativa da família no preenchimento e, após nos pacientes em pré-operatório. Posteriormente, foi fixado a um quadro ao lado da identificação padrão à beira leito e observou-se sentimentos de gratidão e esperança expressados pela família, engajamento da equipe que começou a chamá-los pelos apelidos e, durante os cuidados, a colocar as músicas que gostavam de ouvir.
Conclusões
O prontuário afetivo foi uma proposta criada na pandemia da COVID-19 para aproximar paciente, família e equipe durante o isolamento social. Hoje essa estratégia se fortaleceu nas unidades intensivistas, onde o medo, a dor e a tensão prevalecem, sobretudo no perioperatório de cirurgia cardíaca, no qual a demanda por tecnologias invasivas diárias, termos enxutos, desconforto e alta complexidade de cuidados “deixam no ar” a todo momento a sensação de finitude. Por isso, olhar para além de um leito ou de um diagnóstico, através de um instrumento simples e de baixo custo gera um impacto compassivo, numa época onde há a necessidade de humanizar a assistência ao resgatar a dignidade da pessoa em seu processo saúde-doença.
Referências Bibliográficas (OPCIONAL)
Palavras Chave
Unidade de Terapia Intensiva; Enfermagem Cardiovascular; Humanização da Assistência; Relações Interpessoais.
Área
Enfermagem
Instituições
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
ANA CAROLINA EIRIS PIMENTEL, RAQUEL CONSTANTINO DE ALMEIDA, CAMILA MEDEIROS DOS SANTOS, RAQUEL DE MENDONÇA NEPOMUCENO