Dados do Trabalho

Título

Impacto da disfunção ventricular esquerda na evolução de pacientes internados com infarto agudo do miocárdio

Introdução e/ou Fundamento

O infarto agudo do miocárdio é uma condição prevalente com elevada morbidade, frequentemente associada à disfunção ventricular esquerda e insuficiência cardíaca subsequente. Identificar preditores de risco para a progressão com disfunção ventricular pode aprimorar significativamente a abordagem clínica e o manejo dessa população de pacientes.

Objetivo

O presente estudo visa identificar fatores de risco associados à evolução com disfunção ventricular esquerda no contexto do infarto agudo do miocárdio.

Materiais e Métodos

Conduzimos uma análise observacional retrospectiva de coorte, incluindo 782 pacientes hospitalizados com diagnóstico confirmado de infarto agudo do miocárdio, abrangendo o período entre janeiro de 2018 e janeiro de 2024. Os dados foram meticulosamente coletados por uma equipe de profissionais de saúde qualificados e posteriormente analisados utilizando o software Jamovi.

Resultados

Não foram identificadas associações significativas entre a presença de disfunção ventricular esquerda e os seguintes fatores: sexo, doença arterial coronariana prévia, hipertensão arterial, diabetes mellitus, fibrilação atrial, número de vasos comprometidos ou lesão do tronco da artéria coronária esquerda. No entanto, os seguintes fatores emergiram como preditores para a evolução com disfunção ventricular esquerda: idade superior a 75 anos (p = 0,027; OR 1,6097; IC 1,05593-2,454), choque cardiogênico (p = 0,006; OR 3,3650; IC 1,40750-8,045), Killip II (p < 0,001; OR 3,1733; IC 1,69849-5,929), Killip III (p = 0,014; OR 2,1180; IC 1,16666-3,845) e Killip IV (p < 0,001; OR 17,1133; IC 4,59264-63,768).

Conclusões

Idade superior a 75 anos, apresentação em Killip > II e choque cardiogênico destacam-se como preditores significativos para a evolução com disfunção ventricular esquerda durante a internação hospitalar de pacientes com infarto agudo do miocárdio. Essas descobertas podem orientar a formulação de estratégias preventivas e de manejo mais eficazes para essa população de pacientes críticos.

Palavras Chave

IAM; disfunção cardíaca; Doença coronariana;