41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Há relação entre disfunção endotelial e depressão em estudantes de medicina?

Introdução e/ou Fundamento

Entre estudantes de medicina tem sido observada uma alta prevalência de depressão. Estudos tem associado esse transtorno mental ao desenvolvimento de doença aterosclerótica vascular e piores desfechos cardiovasculares. Um possível mecanismo seria o efeito negativo dos sintomas de depressão na função endotelial. Contudo, até o momento não há estudos em que tenha sido investigada a relação entre disfunção endotelial e depressão em estudantes de medicina.

Objetivo

1) Investigar a relação entre função endotelial e depressão em estudantes de medicina.

Materiais e Métodos

Materiais e Métodos: Estudo transversal, com inclusão de estudantes de medicina de ambos os sexos, acima de 18 anos, com ecocardiograma e Doppler de carótidas normais. Excluídos aqueles com história de qualquer doença ou uso de medicação que possa interferir na avaliação endotelial. Para avaliação da função endotelial foi utilizada a ultrassonografia da artéria braquial, em que foi quantificado o percentual de dilatação fluxo-mediada (DFM), após oclusão do braço por 5 minutos. Disfunção endotelial se DFM < 10%. Foi considerado episódio depressivo maior (EDM) a presença de > 5 critérios (cada sintoma com resposta 2 ou 3 no Patient Health Questionnaire-9 - PHQ-9), sendo pelo menos 1 destes o critério de humor deprimido ou anedonia. Quanto maior a pontuação no PQH-9, maior a gravidade do EDM. Com o SPSS 24®, foi aplicado teste t, teste qui-quadrado e regressão linear. Os dados foram apresentados com seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) e calculadas a odds ratio (OR), considerando nível de significância de 5%.

Resultados

Foram incluídos 122 indivíduos, 50,8% do sexo feminino, idade variou de 19 a 34 anos (23,3±2,8 anos). O valor médio da DFM foi de 11,7%. Foi encontrada disfunção endotelial em 35% (n=42) dos participantes. A prevalência de EDM foi de 16,5%, sendo mais frequente no sexo feminino (p<0,001). Houve significativa associação entre a presença de disfunção endotelial e depressão (OR=4,547; IC95%= 1,647-112,550; p=0,003). Maiores valores do PHQ-9 se relacionaram a um menor percentual de DFM da artéria braquial (R=-0,223; p=0,01).

Conclusões

Em estudantes de medicina, depressão foi associada à presença de disfunção endotelial. Além disso, maior gravidade dos sintomas depressivos se relacionaram a maior disfunção do endotélio. Estudos futuros poderão investigar se a terapia para depressão (medicamentosa e não-farmacológica) poderá melhorar a função endotelial nesta população

Palavras Chave

Depressão

Área

Espiritualidade e Medicina Cardiovascular

Categoria

Iniciação Científica (Alunos de Graduação em Medicina)

Instituições

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Pedro Bastos de Medeiros, André Casarsa Marques, Isadora de Sá Guimarães, Kelen Carolina Silva Cruz, Leticia Silva Flôr dos Santos, Matheus Nakazato Tinoco, Julio Cesar Tolentino