41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Relação entre Infarto Agudo do Miocárdio, hiperglicemia e acidose

Introdução e/ou Fundamento

relação entre hiperglicemia, acidose e síndrome coronariana aguda (SCA) é
complexa. Diabéticos têm incidência 2 a 4 vezes maior de doença coronariana e risco 4
vezes maior de morrer por doenças cardiovasculares. Doentes críticos desenvolvem
hiperglicemia e resistência insulínica periférica, mesmo sem diabetes, pois o estresse
orgânico estimula vias catecolaminérgicas e o glucagon, além da liberação de substâncias
pró-inflamatórias. A acidose, por sua vez, estimula a centralização do volume sanguíneo e
provoca alterações eletrofisiológicas que propiciam arritmias e disfunções de contratilidade
miocárdica. Ademais, diminui a afinidade da hemoglobina ao oxigênio, gera
hiporresponsividade vascular, vasodilatação arteriolar e coagulação microvascular, bem
como reduz o efeito de algumas drogas, como a noradrenalina.

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

Despertar para a necessidade de estudos sobre a relação entre hiperglicemia,
distúrbios ácido-base e SCA.
Descrição do caso: Homem, 67 anos, sem comorbidades conhecidas, dá entrada em
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com queixa de tontura e mal estar há 4 dias. Durante
a triagem, dextro de 418 mg/dl e eletrocardiograma (ECG) a seguir.

 

 

Figura 1. Taquicardia sinusal, com supradesnivelamento de ST em V5, V6, DI, aVL, e
infradesnivelamento de ST em DIII, aVF, V2 e V3.
Realizada teleconsultoria com equipe de cardiologia, que orientou a UPA sobre a
necessidade do ECG de derivações posteriores (V7, V8 e V9), demonstrado abaixo.

 

Figura 2. Taquicardia sinusal com supradesnivelamento do segmento ST de derivações
posteriores (V4 = V7, V5 = V8, V6 = V9).

Discussão

Discussão: A relação entre hiperglicemia, acidose e SCA é multifatorial e multidirecional:
diabéticos podem ter clínica atípica de infarto agudo do miocárdio; a SCA pode precipitar
CAD e DHE; a acidose favorece complicações cardiológicas; e a hiperglicemia determina
piores desfechos no IAM, sobretudo quanto maiores os níveis glicêmicos na admissão. A
terapia insulínica diminui a morbimortalidade em pacientes críticos, por estimular
hormônios contra-reguladores e pelo seu efeito anti-inflamatório.
Conclusão: O atendimento de emergências envolvendo hiperglicemia e/ou distúrbios
ácido-base deve ser complementado com eletrocardiograma, não apenas para avaliação de
DHE, mas para investigação de SCA a fim prevenir piores desfechos.

Referências Bibliográficas (OPCIONAL)

Bibliografia
1. KUMAR, Vinay; ASTER, Jon C.; ABBAS, Abul K.. Robbins & Cotran Patologia: bases
patológicas das doenças. 9 Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021, 1421 p.



 

Palavras Chave

Arritmia; IAM; telessaúde

Área

Arritmias, Estimulação Cardíaca e Eletrofisiologia

Instituições

BP - A BENEFICIENCIA PORTUGUESA DE SP - São Paulo - Brasil

Autores

Marcela Usberti Gutierre, Thaís Maria Zaher Zaher, Lilian Cavalheiro aLMEIDA, RODRIGO OLYNTHO DE ALMEIDA