Dados do Trabalho
Título
Relação entre Infarto Agudo do Miocárdio, hiperglicemia e acidose
Introdução e/ou Fundamento
relação entre hiperglicemia, acidose e síndrome coronariana aguda (SCA) é complexa. Diabéticos têm incidência 2 a 4 vezes maior de doença coronariana e risco 4 vezes maior de morrer por doenças cardiovasculares. Doentes críticos desenvolvem hiperglicemia e resistência insulínica periférica, mesmo sem diabetes, pois o estresse orgânico estimula vias catecolaminérgicas e o glucagon, além da liberação de substâncias pró-inflamatórias. A acidose, por sua vez, estimula a centralização do volume sanguíneo e provoca alterações eletrofisiológicas que propiciam arritmias e disfunções de contratilidade miocárdica. Ademais, diminui a afinidade da hemoglobina ao oxigênio, gera hiporresponsividade vascular, vasodilatação arteriolar e coagulação microvascular, bem como reduz o efeito de algumas drogas, como a noradrenalina.
Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)
Despertar para a necessidade de estudos sobre a relação entre hiperglicemia, distúrbios ácido-base e SCA. Descrição do caso: Homem, 67 anos, sem comorbidades conhecidas, dá entrada em Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com queixa de tontura e mal estar há 4 dias. Durante a triagem, dextro de 418 mg/dl e eletrocardiograma (ECG) a seguir. Figura 1. Taquicardia sinusal, com supradesnivelamento de ST em V5, V6, DI, aVL, e infradesnivelamento de ST em DIII, aVF, V2 e V3. Realizada teleconsultoria com equipe de cardiologia, que orientou a UPA sobre a necessidade do ECG de derivações posteriores (V7, V8 e V9), demonstrado abaixo. Figura 2. Taquicardia sinusal com supradesnivelamento do segmento ST de derivações posteriores (V4 = V7, V5 = V8, V6 = V9).
Discussão
Discussão: A relação entre hiperglicemia, acidose e SCA é multifatorial e multidirecional: diabéticos podem ter clínica atípica de infarto agudo do miocárdio; a SCA pode precipitar CAD e DHE; a acidose favorece complicações cardiológicas; e a hiperglicemia determina piores desfechos no IAM, sobretudo quanto maiores os níveis glicêmicos na admissão. A terapia insulínica diminui a morbimortalidade em pacientes críticos, por estimular hormônios contra-reguladores e pelo seu efeito anti-inflamatório. Conclusão: O atendimento de emergências envolvendo hiperglicemia e/ou distúrbios ácido-base deve ser complementado com eletrocardiograma, não apenas para avaliação de DHE, mas para investigação de SCA a fim prevenir piores desfechos.
Referências Bibliográficas (OPCIONAL)
Bibliografia 1. KUMAR, Vinay; ASTER, Jon C.; ABBAS, Abul K.. Robbins & Cotran Patologia: bases patológicas das doenças. 9 Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021, 1421 p.
Palavras Chave
Arritmia; IAM; telessaúde
Área
Arritmias, Estimulação Cardíaca e Eletrofisiologia
Categoria
Médico Residente / Especializando
Instituições
BP - A BENEFICIENCIA PORTUGUESA DE SP - São Paulo - Brasil
Autores
Marcela Usberti Gutierre, Thaís Maria Zaher Zaher, Lilian Cavalheiro aLMEIDA, RODRIGO OLYNTHO DE ALMEIDA