Dados do Trabalho

Título

Angioplastia coronariana complexa pós-procedimento de implante valvar aórtico transcateter (TAVI).

Introdução e/ou Fundamento

O implante valvar aórtico transcateter é um tratamento bem estabelecido para estenose aórtica grave (EAO), em pacientes com risco cirúrgico elevado, moderado e até leve. Existe forte concomitância de doença arterial coronariana (DAC) nesses pacientes submetidos à TAVI. A abordagem da DAC subsequente ao implante transcateter se torna muitas vezes desafiador. Este artigo relata um caso de angioplastia transluminal percutânea complexa em paciente após procedimento de TAVI.

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

Homem, 82 anos, hipertenso, dislipidêmico e diabético, em uso de hipoglicemiante oral, foi submetido à troca valvar aórtica transcater (prótese ACCURATE NEO), previamente, sem necessidade de tratamento de lesão coronariana. Após 3 anos do procedimento índex, apresenta dor torácica típica em repouso (síndrome coronariana aguda sem supra desnivelamento do segmento ST). A cineangiocoronariografia revelou lesão grave (80%), calcificada, em Tronco de Coronária Esquerda (TCE), óstio de artéria descendente anterior (DA) e artéria circunflexa (CX), envolvendo também, a origem de importante ramo intermédio (Trifurcação), com gradiente transvalvar de 20mmHg. Ultrassom intracoronário com imagem de placa com conteúdo fibrocalcífico e pequena área luminal mínima em TCE (<3mm2), além de placas significativas com pequena área luminal em óstios de DA e CX. Optado por tratamento percutâneo, com implante de 2 stents (CX e TCE para DA), pela técnica de Mini-Crush (provisionado o ramo intermédio), com sucesso. Ultrassom de controle com excelentes áreas no polígono de confluência e boa aposição de hastes.

Discussão

A TAVI tem sido a abordagem preferencial em pacientes de alto risco cirúrgico, com estenose aórtica (EAO) grave. Devido à coexistência de DAC, muitas vezes há necessidade de ICP, posteriormente ao procedimento de TAVI, e que, muitas vezes se torna um desafio aos cardiologistas intervencionistas, devido à dificuldade de acessar os óstios coronarianos. Nesse caso relatado, além da dificuldade inerente ao pós-implante de valva aórtica transcateter, havia lesão coronariana em anatomia complexa (Trifurcação de tronco de coronária esquerda), com lesões calcificadas, variáveis que aumentam a complexidade do procedimento e que com o aumento número de TAVI, serão mais comumente encontrados.

Palavras Chave

TAVI; angioplastia coronariana; DAC