XVI Congresso Tocantinense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

PACIENTE DE 26 ANOS COM LUPUS ERITOMATOSO SISTÊMICO E DUAS OCLUSÕES TOTAIS CRÔNICAS (CTO) CORONÁRIAS: RELATO DE CASO

Introdução

A associação entre LES (Lupus Eritematoso Sistêmico) e doença aterosclerótica coronária (DAC) já está estabelecida na literatura. Pacientes com LES apresentam características de aterosclerose acelerada e um risco aumentado de DAC e eventos cardiovasculares, afetando especialmente mulheres jovens.

Objetivo

Apresentamos este caso com o objetivo de descrever uma abordagem diagnóstica e terapêutica em uma paciente jovem, com LES e duas CTO (oclusões totais crônicas) coronárias.

Métodos

Este apresentação é relativa ao caso clínico de uma paciente de 26 anos, sexo feminino, portadora de LES há 11 anos em tratamento irregular da mesma. Consultou no dia 20/05/2024 no Hospital de Araguaína com diagnóstico de IAM evoluído em parede inferior. Foi submetida a cineangiocoronariografia que mostrou duas CTO: 1 - no terço médio da artéria coronária direita (CD), com enchimento discreto do leito distal por circulação colateral intracoronária e intercoronária (grau 2 da coronária esquerda para CD). 2 - no terço médio/distal de artéria descendente anterior (DA) com enchimento do leito distal por circulação colateral intracoronária. O Ecocardiograma transtorácico realizado durante internação mostrou as seguintes alterações no ventrículo esquerdo: hipocinesia inferobasal, com acinesia da região inferomedial e anteromedial, presença de aneurisma apical com trombo protuso. FEVE 32%. Diante dos achados e contexto clínico, foi optado por manter a paciente com tratamento clínico otimizado, recebendo alta assintomática. Após 1 semana a paciente apresentou novo episódio de angina típica, consultando no Hospital Geral de Palmas (HGP), sendo submetida a novo Cateterismo Cardíaco e ao estudo hemodinâmico mostrou CTO em CD e DA. Diante do quadro, foi optado por angioplastia com balão na CTO de DA, com sucesso. Em um segundo tempo foi realizada também angioplastia com balão na CTO de CD, com sucesso. Antes e depois do procedimento das angioplastias, foi utilizado o método de imagem intravascular do tipo IVUS (ultrassom intravascular). O IVUS pré-angioplastia confirmou doença aterosclerótica coronária (DAC) como causa das obstruções coronária em uma paciente jovem com LES. O IVUS pós-angioplastia auxiliou na otimização da angioplastia. Durante o período de internação, iniciou-se investigação de Síndrome do Anticorpo Anti-Fosfolipide (SAAF) e acompanhamento com a equipe de Reumatologia. Recebeu alta hospitalar com anticoagulação com varfarina associado a clopidogrel e programação de reestudo hemodinâmico em 3 meses.

Resultados/Discussão

A paciente, após a alta hospitalar, não mais apresentou quadro de angina e se encontra em uso regular das medicações. Segue em investigação de SAAF com a equipe de reumatologia.

Conclusão

A conduta intervencionista frente a uma paciente muito jovem, de alto risco, com alta complexidade, é um desafio para e equipe de especialistas. É muito importante que esses pacientes sejam acompanhados por equipe multidisciplinar, promovendo cuidados continuados mais eficazes e, principalmente, uma reconciliação medicamentosa mais efetiva para o tratamento da doença de base.

Palavras Chave

lúpus eritematoso sistêmico; infarto do miocárdio prematuro; doença aterosclerótica coronária

Área

Cardiologia

Categoria

Relato de caso

Autores

Nathalie Adamoglu Mendonça, Ibsen Suetonio Trindade, Walney Rabelo Souza, Raphael Navarro Aquilino, Andres Sanches Gustavo Esteva