XVI Congresso Tocantinense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

A IMPORTÂNCIA DA INTERDISCIPLINARIDADE ENTRE CARDIOLOGIA E ODONTOLOGIA FRENTE A ENDOCARDITE INFECCIOSA

Introdução

O coração é composto por três camadas de revestimento (endocárdio, miocárdio e epicárdio), o comprometimento infeccioso da superfície mais interna designa-se endocardite infecciosa. Cuja peculiaridade, é a invasão e colonização da superfície endocárdica principalmente nas regiões valvares, o acometimento tem como agente etiológico vírus, bactérias e fungos, dentre os quais, a manifestação bacteriana é a mais usual, principalmente as oriundas da microbiota comensal da cavidade bucal.

Objetivo

Analisar a literatura sobre endocardite infecciosa, com ênfase na importância do conhecimento e interdisciplinaridade entre cardiologia e odontologia sobre a temática abordada.

Métodos

A análise literária estabeleceu-se, através de artigos em língua portuguesa e inglesa publicados nos últimos 05 anos. Consultados através das bases de dados: como, Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e National Library of Medicine (PubMed), empregando o navegador de pesquisa Google scholar. As averiguações foram conduzidas pelos descritores catalogados no Descritor em Ciência e Saúde (DeCS) e operadores booleanos ´´and`` e ´´or``, sendo estes: endocardite, odontologia, cardiologia, microbiota e bactéria. Os critérios de inclusão deram-se por artigos com relevância científica e estudos completos disponíveis em inglês e português, os critérios de exclusão deu-se por intermédio de artigos que não apresentaram relevância para a temática abordada e os descritores supracitados. Por meio dos artigos obtidos, projetou-se um trabalho sobre o tema utilizado.

Resultados/Discussão

A análise evidenciou que os agentes bacteriológicos mais comuns são estreptococos, estafilococos, enterococos e organismos HACEK, a qual podem desencadear febre, fadiga excessiva, dispneia, taquicardia, alterações na ausculta cardíaca, fenômenos embólicos, vegetações endocárdicas, entre outros. Como fatores de risco para a manifestação da endocardite infecciosa elenca-se: procedimentos odontológicos, idade superior a 60 anos, sexo masculino, usuários de drogas injetáveis, presença de válvula protética ou dispositivo intracardíaco, história de endocardite prévia, doença cardíaca congênita, cateter intravenoso de demora, imunossupressão e pacientes em hemodiálise. Apesar do atendimento odontológico ser considerados fator de risco, a disseminação de bactérias presentes na boca via corrente sanguínea também pode ocorrer no cotidiano diário, por meio da mastigação, escovação e utilização do fio dental. A bacteremia que ocorre nessas ações tem prevalência aproximada de 20% a 68%, maior do que a representação em procedimentos odontológicos invasivos 7% a 50%, ressaltando-se com isso uma reflexão sobre a importância do cardiologista reforçar ao paciente que aumente a frequência das consultas odontológicas de rotina.

Conclusão

Conclui-se por meio desse trabalho, que as bactérias comensais da microbiota bucal frente a uma bacteremia pós procedimentos odontológicos invasivos ou por uma má condição de saúde bucal, podem disseminar-se via corrente sanguínea. Corroborando a importância do conhecimento por parte dos cirurgiões-dentistas e cardiologistas sobre as peculiaridades que envolvem o paciente com predisposição a endocardite infecciosa, favorecendo um atendimento interdisciplinar seguro e eficaz, através um plano de tratamento especializado com foco na qualidade de vida.

Palavras Chave

Bactéria; Cardiologia; Endocardite; Microbiota; Odontologia

Área

Multiprofissional

Categoria

Revisão de literatura

Autores

Leandro Silva da Conceição, Marco Antonio de Sousa do Vale, Ezequiel Gonçalves Rodrigues, Levi Anderson Silva Sousa, Mario Souza Lima Silva