Dados do Trabalho
Título
O PAPEL DA RESERVA DE FLUXO FRACIONADA NA TOMADA DE DECISÕES EM INTERVENÇÕES CORONARIANAS
Introdução
A Reserva de Fluxo Fracionada (FFR) é uma técnica de avaliação funcional das lesões coronarianas que permite mensurar a severidade de uma obstrução arterial e orientar o tratamento com precisão. Comparada à angiografia coronariana, que é uma técnica morfológica, a FFR tem a vantagem de avaliar o impacto hemodinâmico da lesão, ou seja, o quanto ela afeta o fluxo sanguíneo. Com o desenvolvimento da FFR derivada da tomografia computadorizada (FFR-CT), métodos não invasivos começaram a fornecer informações detalhadas sobre o comprometimento funcional da circulação coronariana. O uso combinado da FFR com métodos de imagem radiográfica, integrado à ação da equipe multiprofissional, melhora a precisão diagnóstica e a escolha do tratamento, evitando procedimentos invasivos desnecessários, promovendo uma abordagem centrada no paciente.
Objetivo
Avaliar o papel da FFR nas decisões clínicas, pela equipe multiprofissional, em pacientes com doença arterial coronariana, comparando os desfechos de intervenções coronarianas guiadas por FFR com aquelas baseadas em critérios angiográficos.
Métodos
Realizou-se uma revisão de 18 artigos científicos sobre o papel da reserva de FFR e sua comparação com métodos de imagem radiográfica, como a angiografia coronariana e a tomografia computadorizada, na tomada de decisões e intervenções coronarianas, com ênfase na atuação da equipe multiprofissional. A busca foi conduzida na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scielo, Google Scholar e PubMed, utilizando os descritores: "reserva de fluxo fracionada", "intervenção coronariana", "decisões clínicas" e "equipe multiprofissional". Incluiu-se artigos publicados entre 2009 e 2024, que avaliaram a aplicação da FFR em pacientes com doença arterial coronariana, considerando fatores como acurácia diagnóstica, impacto na escolha terapêutica e desfechos clínicos.
Resultados/Discussão
A análise dos estudos indicou que a FFR derivada da FFR-CT apresenta alta precisão diagnóstica na previsão da necessidade de revascularização precoce em pacientes com DAC, em comparação com a angiografia coronariana, que avalia apenas a anatomia da lesão. Em casos de estenoses moderadas ou lesões calcificadas, a FFR-CT mostrou-se superior ao fornecer uma avaliação funcional que pode evitar procedimentos invasivos. Por outro lado, a angiografia coronária ainda é considerada o padrão-ouro para pacientes com sintomas agudos, onde a morfologia da lesão pode ser determinante na escolha do tratamento imediato. FFR-CT pós-subtração teve uma precisão diagnóstica de 77,2%, com uma área sob a curva (AUC) de 0,724. No nível dos vasos, a AUC alcançou 0,797 para as medições pós-subtração. A remoção de artefatos calcificados aprimorou a confiança diagnóstica na avaliação de estenoses graves, resultando em uma orientação mais precisa para intervenções, como a angioplastia coronária percutânea.
Conclusão
O uso da FFR, especialmente a FFR-CT pós-subtração, demonstrou ser uma ferramenta crucial na tomada de decisões clínicas, pela equipe multiprofissional especializada, proporcionando uma avaliação mais acurada da gravidade funcional das estenoses coronarianas. Em pacientes com estenoses moderadas ou quando a avaliação funcional é essencial, a FFR-CT é preferível, pois evita a necessidade de intervenções invasivas desnecessárias.No entanto, para pacientes com doença coronariana aguda, a angiografia coronariana continua sendo o método de escolha. No entanto, para pacientes com doença coronariana aguda, a angiografia coronariana continua sendo o método de escolha.
Palavras Chave
fração de ejeção ventricular; diagnóstico por imagem; Angiografia por Tomografia Computadorizada
Área
Cardiologia
Categoria
Revisão de literatura
Autores
Gabriel Rosa Leão, Giovanna Mendes Monteiro, Ludmila de Sousa França, Elyanne dos Santos Gomes