Dados do Trabalho
Título
Febre Reumática: Autoimunidade e seu Efeito no Sistema de Válvulas Cardíacas
Introdução
A febre reumática é uma doença infecciosa causada pela bactéria estreptococos pyogenes, também conhecido como estreptococos do grupo A. O quadro de infecção se inicia com faringoamigdalite e febre, porém, pode evoluir para uma inflamação de todas as camadas do coração, devido ao seu carácter autoimune de reatividade cruzada, atingindo principalmente as válvulas cardíacas. Ademais, percebe-se que essa condição está muito relacionada a países subdesenvolvidos, devido as condições de pobreza. No Brasil, é estimado um acometimento de cerca de 30 mil novos casos anuais de febre reumática, dentre estes, cerca de 15 mil casos evolui para comprometimentos cardíacos
Objetivo
. O estudo objetivou-se na revisão de literatura, com a finalidade de observar a importância do conhecimento sobre essa comorbidade e seu envolvimento nas válvulas cardíacas.
Métodos
A metodologia baseou-se nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia e artigos, utilizando como base de dados o Scielo, Biblioteca Virtual em Saúde(BVS) e PubMed, empregando o navegador de pesquisa Google scholar. Os critérios de inclusão estabelecerem-se pela consulta a diretrizes da SBC e artigos dos últimos 5 anos, de livre acesso e o uso das palavras-chaves: febre reumática, diretrizes e válvulas cardíacas. Os critérios de exclusão, deu-se pelo não enquadramento dos critérios expostos anteriormente.
Resultados/Discussão
Como resultado, foi comprovado que a infecção estreptocótica afeta principalmente crianças e adultos jovens entre 5 e 14 anos, sendo raros os casos em indivíduos com mais de 30 anos. Cuja queixa principal, deu-se por meio de dor de garganta e febre. O estreptococos pyogenes possui em sua parede celular um antígeno muito parecido com a proteína M das nossas células, em especial do coração e articulações, a qual chamamos de autoantígeno. Nesse contexto, os linfócitos B sintetizam anticorpos para combater a bactéria, mas devido à semelhança do antígeno bacteriano e a proteína M, o anticorpo acaba reagindo com nosso autoantígeno e mediando a inflamação para o local da reação, resultando em lesão cardíaca, nesse caso, as válvulas. Evoluindo, para uma cardite ou uma condição chamada, de cardiopatia reumática crônica (CRC), esse efeito é conhecido como reatividade cruzada por mimetismo molecular. A inflamação do coração acomete principalmente as válvulas mitral e aórtica, levando inicialmente a insuficiência valvar das mesmas, distúrbios relacionados as válvulas tricúspide e pulmonar geralmente é de causa secundária, relacionada ao aumento de pressão pulmonar devido a regurgitação aórtica e mitral. Ao longo do tempo, as válvulas lesionadas pode desenvolver espessamento de folhetos, retração cicatricial, calcificação e estenose valvar, dependendo da gravidade da lesão valvar o paciente pode evoluir para uma insuficiência cardíaca.
Conclusão
Após a condução analítica das fontes utilizadas, conclui-se que a febre reumática representa importante agravo para crianças e jovens podendo evoluir para complicações cardíacas, devido a sua reação autoimune. Visto que, essa alteração é considerada um problema de saúde pública, principalmente para sociedades em situação de pobreza e países subdesenvolvidos, a conscientização dos profissionais de saúde sobre a etiologia, fisiopatologia e diagnostico da doença, é fundamental para a o manejo clínico, abordagem terapêutica e prevenção de complicações adversas.
Palavras Chave
Febre reumática; diretrizes; válvulas cardíacas
Área
Cardiologia
Categoria
Revisão de literatura
Autores
Antonio Carlos Ciufa, Roberto Araújo de Oliveira Filho, Edson da Silva Ribeiro Junior, João Gustavo Rodrigues Ribeiro, Leandro Silva da Conceição