Dados do Trabalho
Título
Alterações eletrocardiográficas da pericardite e sua importância diagnóstica
Introdução
A pericardite consiste na inflamação do pericárdio, podendo ocorrer em sua camada visceral, parietal, ou ainda, em ambas as camadas, de etiologia infecciosa e não infecciosa. O acometimento viral configura em seu processo inflamatório a etiopatogenia mais comum da doença. Possui como principais manifestações a dor torácica ventilartório dependente, derrame pericárdico novo ou agravado e a fricção pericárdica em cerca de 35% a 85% dos casos. A análise do eixo diagnóstico baseia-se na clínica do paciente, em conjunto com as alterações observadas no exame de eletrocardiograma. O ECG fundamenta uma importante representação visual dos estímulos elétricos do coração, caracterizando-se como um recurso substancial para o fechamento diagnóstico da doença. As respectivas alterações no eletrocardiograma podem ser difusas ou localizadas além de apresentar características específicas para pericardite, como as ondas P largas e bimodais, depressão do segmento PR em 80% dos casos e elevação do segmento ST, sendo as duas últimas as mais significativas.
Objetivo
Com isso, o objetivo desse estudo compreendeu-se a revisão da literatura, no intento de validar a singularidade da identificação das alterações do eletrocardiograma no quadro de pericardite, fundamentado na sua importância para o diagnóstico.
Métodos
A metodologia baseou-se em análises literárias apropriadas relativas a temática abordada, utilizando artigos atualizados, por meio de consultas nas bases de dados: Scientific Electronic Library Online (SciELO), National Library of Medicine (PubMed) e a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), através do navegador de pesquisa Google Scholar. Como critério de inclusão, utilizou-se a janela dos últimos 10 anos para a busca dos artigos, livre acesso, e, palavras chaves: Pericardite, ECG e Diagnóstico. Os critérios de exclusão ocorreram pelo não enquadramento dos critérios descritos anteriormente.
Resultados/Discussão
O corrente estudo teve como resultado a importância da utilização do eletrocardiograma, bem como as suas respectivas análises de alterações e excentricidades perante a um quadro de pericardite, sendo estes, aspectos fundamentais para as confirmações diagnósticas e para exclusão de outras condições. Embora possa haver ocorrência de alterações atípicas no ECG como o aminguamento na voltagem do QRS (marcado pela soma das ondas R e S em D1, D2 e D3 sendo menor que 15mm), a depressão do segmento PR com elevação do seguimento ST correspondem a achados específicos para pericardite. Deste modo, podem se verificar alterações no ECG em quatro estágios, apesar de, em alguns casos, nem todos estarão presentes. Assim, no primeiro estágio, se observa nos segmentos ST uma elevação côncava e difusa com exceção em aVR e V1, ondas T positivas nas derivações onde o segmento ST está elevado e, também, o infradesnivelamento do segmento PR; no estágio dois se confirma um achatamento das ondas T e o retorno do segmento ST à linha de base; no terceiro estágio se verifica uma inversão das ondas T na grande maioria das derivações ou por todo ECG; e, por fim, no quarto estágio ocorre o desaparecimento das alterações das ondas T ao passo que a mesma volta ao seu padrão normal.
Conclusão
Conclui-se, portanto, que o eletrocardiograma é um método investigativo de extrema significância, quando analisado suas alterações de forma associativa com a clínica do paciente. Possibilitando assim, um método diagnóstico de forma minuciosa e exímia por parte do profissional, contribuindo para uma correta intervenção.
Palavras Chave
Pericardite; Eletrocardiograma; Diagnóstico Clínico
Área
Cardiologia
Categoria
Revisão de literatura
Autores
Edson Silva Ribeiro Júnior, Ludymila Cristal Miranda Ferreira, Antonio Carlos Ciufa, Luís Eduardo Silva Malta, Leandro Silva Conceição