Dados do Trabalho
Título
Análise Epidemiológica: Casos de Internação e Óbitos por Infarto Agudo de Miocárdio
Introdução
O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma das principais causas de mortalidade no Brasil, apresentando variações significativas nas taxas de morbidade e mortalidade entre as diferentes regiões do país. As disparidades regionais no acesso à saúde, infraestrutura hospitalar e disponibilidade de tratamentos especializados são fatores críticos que influenciam diretamente os desfechos clínicos do IAM. Regiões com menor acesso a tecnologias avançadas e infraestrutura adequada tendem a registrar piores resultados em termos de mortalidade hospitalar. Esta questão é crucial para a identificação de desigualdades na saúde pública e na abordagem dessa condição cardiovascular.
Objetivo
Analisar a relação entre internações e óbitos por IAM e compará-la entre as regiões brasileiras, destacando possíveis variações nas taxas de mortalidade hospitalar e os fatores epidemiológicos que possam influenciar esses desfechos.
Métodos
Trata-se de um estudo de caráter epidemiológico, descritivo e comparativo, utilizando dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Foram incluídos os registros de internação e óbitos por IAM no período de janeiro de 2018 a julho de 2024, segmentados por região geográfica (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul). Os dados foram analisados por meio de indicadores de mortalidade hospitalar (número de óbitos dividido pelo número de internações por IAM). A análise estatística contemplou o cálculo das taxas de mortalidade hospitalar em cada região.
Resultados/Discussão
Os resultados indicam variações significativas nas taxas de mortalidade hospitalar por IAM entre as regiões. A região Nordeste apresentou a maior taxa de mortalidade hospitalar (10,6%), enquanto o Centro-Oeste registrou a menor (7,7%). No Norte, a segunda maior taxa de óbitos (9,6%) sugere uma sobrecarga nos sistemas de saúde locais, semelhante à situação observada na região Nordeste. No Sudeste, embora o número absoluto de internações tenha sido o maior, a mortalidade hospitalar foi relativamente baixa (9,0%), sugerindo maior eficiência nos cuidados pós-infarto em comparação com as regiões Norte e Nordeste. Fatores como acesso a unidades de terapia intensiva, presença de centros especializados em cardiologia e disponibilidade de tratamentos de revascularização miocárdica parecem influenciar diretamente os resultados regionais.
Conclusão
Esses achados revelam disparidades regionais significativas na relação entre internações e óbitos por IAM no Brasil. Regiões com menor investimento em infraestrutura de saúde, como o Norte e o Nordeste, apresentaram taxas de mortalidade hospitalar mais elevadas, ressaltando a necessidade de políticas públicas que reforcem a capacidade de atendimento dos serviços de saúde cardiovascular. O estudo destaca a importância de investimentos em infraestrutura hospitalar e na capacitação de equipes médicas em regiões mais vulneráveis, com o objetivo de reduzir as desigualdades regionais e melhorar os desfechos clínicos em casos de IAM.
Palavras Chave
Infarto Agudo do miocárdio; mortalidade hospitalar; epidemiologia; hospitalização
Área
Cardiologia
Categoria
Trabalho empírico
Autores
Gustavo Alves Silva Santos, Maria Eduarda Araújo Pêgo Ceratti, Larissa Moura Araújo Gomes, Andressa Martins Matos, Ana Sobota Vasconcelos Carolina