Dados do Trabalho
Título
AS IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DA ASSOCIAÇÃO ENTRE INFECÇÃO PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA E COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
Introdução
Há um aumento do risco cardiovascular (DCV) em indivíduos com infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), a exemplo de aterosclerose com doença arterial coronariana, aumento do risco de infarto agudo do miocárdio (IAM) e acidente vascular encefálico (AVE). São multifatores que causam esse aumento do risco DCV, como as maiores taxas de fatores de risco tradicionais, que incluem idade avançada, tabagismo, dislipidemia e hipertensão, e fatores intrínsecos do vírus, como alta carga viral e a maior duração da infecção. Ademais, a inflamação crônica causada pela infecção e a ativação imunológica levam a aterosclerose acelerada e a alterações metabólicas, além de alguns medicamentos antirretrovirais contribuírem para o aumento dos lipídios e a resistência à insulina. Desse modo, é de fundamental importância atender o paciente com múltiplas abordagens para não somente tratar a infecção, mas também prevenir aumento do risco cardiovascular.
Objetivo
Compreender as principais repercussões clínicas do vírus da imunodeficiência humana (HIV) no sistema cardiovascular.
Métodos
Resulta de uma revisão de literatura, cujas fontes de dados foram as plataformas Scielo e Dynamed, contemplando o período de 2019 a 2024. Buscou-se estudos que relacionavam as comorbidades cardiovasculares às pessoas que vivem com HIV, considerando os principais fatores de risco dessa população. Ao final da análise, foram selecionados 4 artigos para embasar os resultados finais.
Resultados/Discussão
A população soropositiva apresenta risco aumentado de doenças cardiovasculares e espessamento da carótida. Isso ocorre por causa do processo inflamatório causado pelo vírus, do tratamento antirretroviral e de fatores de riscos associados, tais como tabagismo, diabetes mellitus, hipertensão arterial, idade avançada e dislipidemia. As pessoas que vivem com HIV desenvolvem um estado inflamatório crônico, marcado pelo aumento de citocinas pró-inflamatórias e disfunção endotelial, que desencadeia a formação de placas de aterosclerose nas artérias, contribui para o desenvolvimento da disfunção miocárdica e distúrbios de coagulação. Desse modo, essa sucessão de processos vasculares potencializa os riscos de eventos cardiovasculares como o infarto agudo do miocárdio, acidente vascular periférico, insuficiência cardíaca e doença vascular periférica. Logo, pode-se afirmar que o tratamento precoce pode contribuir para reduzir os riscos de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Conclusão
A infecção pelo HIV está fortemente associada a um aumento no risco de doenças cardiovasculares devido à inflamação crônica e aos efeitos adversos dos antirretrovirais, que podem causar dislipidemia e resistência à insulina. Pode-se compreender, portanto, que a supressão viral e a queda da inflamação crônica causada pelo regime de terapia antirretroviral (TARV) está associada a diminuição no risco DCV em indivíduos infectados pelo HIV. Pois a supressão viral eficaz e o tratamento adequado têm mostrado reduzir esses riscos ao diminuir a inflamação e melhorar o perfil lipídico. Portanto, para melhorar a saúde cardiovascular dos indivíduos com HIV, é essencial um manejo integrado que inclua não apenas o tratamento antirretroviral, mas também estratégias de prevenção e controle dos fatores de risco cardiovascular.
Palavras Chave
HIV; Risco Cardiovascular; Fatores de Risco; Terapia antirretroviral;
Área
Cardiologia
Categoria
Revisão de literatura
Autores
LAYANNE DIAS DE SOUZA, ANA CAROLINA NEGRE CALLEGARO, WEGILA DOS SANTOS GOMES, CORINA SELTINHA DE F. C. S. S. GOMES, ELYANNE DOS SANTOS GOMES