Dados do Trabalho
Título
Síndrome de Wolff Parkinson White e Morte Súbita Cardíaca: Identificação de Pacientes de Alto Risco
Introdução
A Síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) é uma condição congênita caracterizada por uma via acessória no coração que provoca condução elétrica anômala, levando a taquiarritmias supraventriculares. O diagnóstico é feito por meio de um padrão específico no eletrocardiograma (ECG), como intervalo PR curto e onda delta, associado a sintomas de taquicardia. Embora afete cerca de 0,1% da população, em casos graves pode causar morte súbita cardíaca. Tradicionalmente, acreditava-se que a forma assintomática era de baixo risco, mas estudos mostram que esses pacientes podem ter risco significativo de arritmias graves, como fibrilação ventricular.
Objetivo
Identificar os estratos de alto risco dos pacientes com Síndrome de Wolff-Parkinson-White.
Métodos
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura em que foi utilizado a plataforma PubMed como base de dados utilizando-se os descritores “Wolff-Parkinson-White syndrome” e “Sudden Death” unidos pelo operador booleano “AND”. Foram incluídos trabalhos de ensaios clínicos não randomizados, revisões sistemáticas e relatos de caso dos últimos 5 anos. Selecionou-se 7 artigos em inglês completos sobre a Síndrome de Wolff Parkinson White relacionada com a morte súbita.
Resultados/Discussão
A análise dos estudos sobre a síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) revela a complexidade na estratificação de risco em pacientes assintomáticos. As diretrizes atuais sugerem a realização de estudos eletrofisiológicos (EPS) e testes de esforço (EST) para avaliar o risco de arritmias, mas essa abordagem é controversa, já que a maioria dos pacientes não apresenta eventos clínicos significativos. No entanto, cerca de 20% podem desenvolver arritmias graves, como morte súbita cardíaca (MSC). O EST, ferramenta não invasiva, indica baixo risco quando há perda súbita da pré-excitação, enquanto perda gradual ou persistente a classifica como de maior risco. Contudo, sua precisão em populações pediátricas e a falta de dados prospectivos em adultos são preocupações. No EPS, características como o período refratário efetivo (APERP) e o menor intervalo RR pré-excitado (SPERRI) são fundamentais para identificar pacientes em alto risco. A condução rápida pela via acessória, com APERP/SPERRI ≤ 250 ms, é um preditor significativo de arritmias malignas. O EPS com infusão de isoproterenol é considerado uma avaliação mais precisa, especialmente em indivíduos com profissões de alto risco ou atletas. Esses achados enfatizam a necessidade de uma abordagem individualizada para pacientes assintomáticos, dado que o primeiro evento arrítmico pode ser fatal.
Conclusão
Por fim, destaca-se que a Síndrome de Wolff-Parkinson-White geralmente começa de forma assintomática, mas apresenta um risco significativo de taquiarritmias que podem ser negligenciadas até o diagnóstico definitivo. Esse atraso aumenta o risco de morte súbita, o que torna crucial a estratificação de risco por meio de testes adequados para prevenir complicações. Além disso, reforça a necessidade de um acompanhamento multidisciplinar regular, incluindo eletrofisiologistas, e a adoção de um estilo de vida saudável para o manejo eficaz da condição.
Palavras Chave
Wolff-Parkinson-White syndrome; Sudden Cardiac Death; Risk Factors
Área
Cardiologia
Categoria
Revisão de literatura
Autores
Camila Beatriz Cressoni, Adrielly Oliveira Mateus, Emilly Aynara Rocha Duarte, Isabela Moraes Leme, Rodrigo Rodrigues da Silva