XVI Congresso Tocantinense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Análise da mortalidade e taxa de óbito da cirurgia de revascularização do miocárdio na região Norte do Brasil nos últimos cinco anos

Introdução

A cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) é a principal forma de tratamento cirúrgico da doença aterosclerótica cardiovascular, doença com maior mortalidade no Brasil. Por ser o procedimento cirúrgico mais realizado no país, a CRM é de extrema importância para o aumento da qualidade e da expectativa de vida do brasileiro. No entanto, a eficácia e a segurança dessa intervenção podem variar significativamente conforme a localização geográfica e as condições regionais. Portanto, é imprescindível o estudo da mortalidade e taxa de óbitos da CRM na região Norte do Brasil.

Objetivo

Analisar o perfil de mortalidade e taxa de óbitos da cirurgias de revascularização miocárdica realizadas durante o período de janeiro de 2019 a julho de 2024 nos estados da região Norte do Brasil.

Métodos

Trata-se de uma pesquisa de caráter epidemiológico observacional e de abordagem quantitativa. Foram empregados dados provenientes do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH), gerido pelo Ministério da Saúde, através da Secretaria de Assistência à Saúde em conjunto com o Departamento de Regulação, Avaliação e Controle (DRAC), e processados pelo DATASUS - Departamento de Informática do SUS. Para análise das variâncias entre as amostras de adequabilidade insatisfatórias, foi utilizado o software STATA (v. 0. 18.0).

Resultados/Discussão

Os dados das cirurgias de revascularização do miocárdio na região Norte do Brasil, entre 2019 e 2024, mostram um total de 402 procedimentos, com 36 óbitos registrados. As taxas de mortalidade anuais variaram: para revascularização com uso de extracorpórea, a média foi de 7,04% em 2019, 12,73% em 2020, 15,38% em 2021, 5,00% em 2022, 13,95% em 2023 e 20,00% em 2024, totalizando uma média geral de 11,96%. Para procedimentos com dois ou mais enxertos e uso de extracorpórea, a média anual foi de 7,59% em 2019, 7,94% em 2020, 9,83% em 2021, 7,59% em 2022, 8,60% em 2023 e 10,18% em 2024, com uma média geral de 8,55%. Já a revascularização sem uso de extracorpórea teve médias anuais de 4,23% em 2019, 9,80% em 2020, 1,79% em 2021, 7,27% em 2022, 4,17% em 2023 e 4,55% em 2024, com uma média geral de 5,09%. A categoria sem circulação extracorpórea e dois ou mais enxertos teve uma média de 12,50% em 2023 e 4,17% em 2024, resultando em uma média geral de 4,17%. A taxa de mortalidade geral foi de 8,47%, com 402 óbitos, indicando que procedimentos sem circulação extracorpórea apresentaram melhores resultados comparados aos com circulação extracorpórea e múltiplos enxertos.

Conclusão

Os dados estudados sobre a CRM apontam relevantes insights sobre a taxa de mortalidade em associação a diferentes abordagens do procedimento. Desfechos mostram que o uso de circulação extracorpórea e a aplicação de dois ou mais enxertos estão correlacionados com taxas de mortalidade relativamente mais altas. Essas intercorrências, porém, podem ser reflexo de diversos graus de complexidade dos casos tratados, nível de experiência médica e condições operacionais. Ademais, é de extrema importância que as táticas para melhorar os resultados das revascularizações miocárdicas na região Norte do Brasil incorporem a análise dos protocolos de uso de circulação extracorpórea e aplicação de enxertos, além da otimização do estado de funcionamento dos serviços médicos e treinamento dos profissionais envolvidos. Em suma, a pesquisa e a coleta de dados de forma contínua têm grande impacto para sinalizar à política pública de saúde, para que esta aborde necessidades particulares dessa população.

Palavras Chave

Revascularização miocárdica; Cirurgia cardíaca; Doenças cardiovasculares; Mortalidade;

Área

Cardiologia

Categoria

Trabalho empírico

Autores

Monique Reinert Diesel, Lara Mafezoni Deorce, Júlia Demuner Pimentel, Isabella Machado Siqueira Marques, Marcelo Jorge de Castro Lima