Dados do Trabalho
Título
Infarto agudo do miocárdio em mulheres na menopausa e climatério: Uma revisão integrativa da literatura
Introdução
As doenças cardiovasculares são um grande desafio de saúde pública considerando que o IAM é a principal causa de mortalidade mundial. Com base nisso, mulheres na pré-menopausa apresentam menor incidência de doenças cardiovasculares em relação aos homens da mesma faixa etária, mas essa vantagem desaparece após a menopausa destacando o papel cardioprotetor do estrogênio. O estrogênio, exerce efeitos sobre o sistema cardiovascular, incluindo a modulação dos níveis de lipoproteínas e a atuação como antioxidante. Assim, mulheres antes da menopausa geralmente apresentam um perfil lipídico mais favorável com níveis elevados de HDL e baixos de LDL o que contribui para uma menor tendência ao desenvolvimento de aterosclerose. Porém, após a menopausa a redução dos níveis de estrogênio resulta em um perfil lipídico mais aterogênico e um aumento do risco cardiovascular. Além disso, o estrogênio possui propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes que protegem a parede vascular e previnem a formação de placas de ateroma, reforçando a relação entre a diminuição dos níveis hormonais no climatério e o aumento da vulnerabilidade
Objetivo
O seguinte estudo busca investigar por meio de uma análise da literatura nacional e internacional a cardiopatia de infarto agudo do miocárdio em mulheres durante o climatério ou menopausa
Métodos
Realizou-se um levantamento bibliográfico na base de dados PubMed, SCIELO, DATASUS e BVS utilizando os descritores “acute myocardial infarction”, “menopause”, “climacteric” com os operadores booleanos AND e OR selecionados 10 artigos na íntegra dos últimos 5 anos após leitura completa
Resultados/Discussão
Os resultados deste estudo reforçam que os hormônios sexuais femininos, exercem um papel cardioprotetor, principalmente em mulheres na fase pré-menopausa. Os relatos mostraram que durante esse período os níveis de HDL são elevados e os níveis de LDL são reduzidos criando um perfil lipídico menos aterogênico. A partir disso, o estrogênio atua como um antioxidante, prevenindo a formação de placas ateromatosas e processos inflamatórios vasculares, logo na menopausa a diminuição desses hormônios leva a um aumento no risco cardiovascular, evidenciado no aumento das taxas de IAM reforçando a importância dessas alterações durante o climatério. Tendo em vista que os homens apresentam maior incidência de doenças cardiovasculares e taxas de mortalidades mais elevadas, é justo ressaltar que no DATASUS no período de julho de 2019 a julho de 2024 a taxa de mortalidade por IAM segundo a faixa etária e sexo no estado do Tocantins é mais elevada em mulheres podendo chegar ao dobro de mortalidade, esse dado se torna mais relevante a partir dos 40 anos de idade, período mais prevalente do início do climatério e menopausa. A discussão dos achados indica que a reposição hormonal é uma estratégia eficaz para mitigar os riscos cardiovasculares em mulheres na pós-menopausa
Conclusão
O IAM em mulheres na menopausa e no climatério representa um desafio crescente devido à queda fisiológica de estrogênio, em vista que o hormônio desempenha um papel cardioprotetor. Os estudos analisados indicam que a terapia hormonal pode ser uma estratégia eficaz para reduzir os riscos de cardiopatias em mulheres, especialmente quando administrada de forma controlada. No entanto, é fundamental realizar uma avaliação dos riscos e benefícios da terapia hormonal, considerando características individuais de cada paciente, permitindo uma abordagem eficaz na prevenção e tratamento do IAM em mulheres na menopausa
Palavras Chave
acute myocardial infarction; menopause; climacteric; Doenças cardiovasculares
Área
Cardiologia
Categoria
Revisão de literatura
Autores
Nycollas Juão NASCIMENTO MARTINS, Eduardo INÁCIO MENDES, Alícia Di Paula MARTINS ALBUQUERQUE, Ingridy PATRICIO ROCHA, Gustavo Henrique VIANA CARNEIRO