Dados do Trabalho
Título
Comparação entre anticoagulantes orais diretos e anticoagulantes tradicionais na prevenção de acidente vascular cerebral e fibrilação atrial
Introdução
Fibrilação atrial (FA) é uma arritmia caracterizada por uma ativação elétrica atrial irregular, que resulta na perda da contração mecânica organizada. O que leva a danificação da sua função e propicia a estase sanguínea, devido a estase, defeitos estruturais e alteração do equilíbrio trombose-antitrombose, há um grande risco de formação de trombos, que podem atingir o encéfalo, causando o acidente vascular cerebral (AVC), definido por um início abrupto de déficit neurológico.
Objetivo
O objetivo do trabalho é comparar a eficácia dos anticoagulantes tradicionais e orais na prevenção de AVC e FA.
Métodos
Trata-se de uma revisão sistemática de literatura, por meio da extração dos dados em plataformas como SciELO e PUBMED. Foram encontrados 35 artigos, considerando publicações entre 2019 a 2024, com os descritores de busca: fibrilação atrial, anticoagulantes orais diretos, prevenção de AVC. Os critérios de inclusão dos artigos abrangeram textos disponíveis de forma integral, publicados nos últimos cinco anos nos idiomas inglês e português.
Resultados/Discussão
FA é muito prevalente, principalmente, no sexo masculino, sendo o AVC sua complicação mais comum, pois pacientes com FA possuem de 5 a 7 vezes mais riscos. Para evitar complicações, são usados anticoagulantes, divididos entre os tradicionais, que consistem em antagonistas da Vitamina K, como a varfarina e os orais diretos, que são inibidores da trombina ou do fator Xa, como: dabigatrana, rivaroxabana, apixabana e edoxabana, o uso dos anticoagulantes, independente da classe, reduz a incidência de acidente vascular cerebral em aproximadamente 65 a 80%, diminuindo o risco anual de acidente vascular cerebral para 1,4% em comparação com o risco de 4,5% do placebo. A primeira linha de anticoagulação é realizada com a varfarina, seu uso é criterioso e demanda monitoramento constante pelo exame laboratorial, conhecido com RNI, que avalia a integridade da via extrínseca e comum da cascata de coagulação, inicia-se entre 5 e 7 dias após o início do tratamento e deve ser reavaliado em qualquer alteração alimentar ou medicamentosa, a fase de adaptação abrange os 6 primeiros meses. Quando o RNI atinge a estabilidade, o monitoramento pode ser feito a cada 4 semanas. A ampla utilização da varfarina no Brasil é justificada por seu baixo custo, boa eficácia e disponibilidade do SUS. No entanto, o risco elevado de sangramento, a necessidade de controle laboratorial e variações no tempo de protrombina são causas frequentes de complicações clínicas e interrupção no tratamento. Os anticoagulantes orais diretos são um avanço importante na terapia de anticoagulação na FA, introduzidos no Brasil desde 2012, facilitam o controle clínico, sendo necessário consultas com menos frequência e apresentam boa eficácia, segurança e o risco de sangramento é pelo menos 50% menor do que o da varfarina. Entretanto, não estão disponíveis no sistema de saúde no Brasil e ficam restritos a pacientes da rede privada, devido ao alto custo.
Conclusão
Por meio da revisão da literatura foi possível analisar que o uso de anticoagulantes é imprescindível na prevenção de FA e AVC. Sendo os anticoagulantes tradicionais mais usados, devido a sua eficiência e baixo custo. Os anticoagulantes orais são relativamente novos no mercado, possuem eficácia semelhante aos tradicionais e apesar de oferecerem menos riscos, ainda são menos usados, principalmente pelo alto custo.
Palavras Chave
Fibrilação atrial; Anticoagulantes orais diretos; Prevenção de AVC
Área
Cardiologia
Categoria
Revisão de literatura
Autores
Vitória Silva Santos, Antônio Takachi Nakano Junior, Anelyse Soares Chagas, Davi Carvalho Barros Bezerra, Roberta Beatriz Santos Oliveira