XVI Congresso Tocantinense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Endocardite infecciosa em portadores de válvulas protéticas cardíacas, uma revisão sistemática

Introdução

A endocardite de válvula protética é a forma mais severa e mortal de endocardite infecciosa acometendo de 10 a 30% dos pacientes portadores de endocardite, consiste em um processo inflamatório que acomete a superfície endotelial cardíaca como resultado de infecção por algum microrganismo no local, tendo como principal as formas bacterianas que se alojam nos tecidos cardíacos, como o Staphylococcus aureus.

Objetivo

O objetivo do trabalho consistiu em realizar uma revisão sistemática da literatura sobre endocardite infecciosa em portadores de válvulas cardíacas protéticas.

Métodos

Com o objetivo de realizar uma revisão sistemática da literatura, procedeu-se na metodologia a pesquisa de artigos científicos nas bases de dados Scielo e Pubmed, com os seguintes descritores de busca endocardite, endocardite infecciosa e implante de prótese de valva cardíaca. Os critérios de inclusão dos artigos foram serem textos disponíveis de forma integral, serem publicados nos últimos cinco anos nas línguas inglês e português. Os critérios de exclusão foram textos não disponíveis, resumos, cartas ao leitor e editoriais.

Resultados/Discussão

Foram encontrados 243 artigos de acordo com os descritores supracitados e após minuciosa aplicação dos filtros de exclusão foram selecionados 23 artigos para a realização da revisão sistemática da literatura, os quais foram rigorosamente avaliados, comparados e serviram como base para a discussão. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de endocardite infecciosa pós implantes de próteses valvulares são divididos em relacionados ao paciente e relacionados ao procedimento. Os relacionados ao paciente são principalmente pessoas jovens, sexo masculino, valores aumentados de índice de massa corpórea, presença de diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica e doença renal crônica, além de coagulopatias, fibrilação atrial e anemia. Os fatores de risco relacionados ao procedimento incluem complicações vasculares e sangramentos durante o procedimento, regurgitação aórtica residual, posicionamento adequado da válvula e implantação de mais de uma válvula protética. Somatório aos fatores de risco de desenvolvimento da doença, as bactérias que adentram ao paciente através da corrente sanguínea formam um biofilme composto principalmente de polissacarídeos da matriz bacteriana nas superfícies dos dispositivos, que atua como uma película protetora para a colonização e limita a ação do tratamento com o uso de antibioticoterapias. A antibioticoterapia é realizada majoritariamente de forma intravenosa se estendendo por pelo menos seis semanas após resultados de hemocultura negativos ou cirurgia de troca de válvula protética.

Conclusão

Por meio da revisão da literatura foi possível confirmar que a endocardite infecciosa é um evento severo para pacientes portadores de válvulas protéticas associado a maiores riscos de mortalidade, na qual as opções de tratamento dependem da gravidade do quadro e dos agentes etiológicos isolados em hemocultura. Diante disso, é imprescindível a realização correta e precoce do diagnóstico do patógeno envolvido para a escolha do melhor tratamento medicamentoso.

Palavras Chave

Endocardite; Endocardite bacteriana; Implante de prótese de valva cardíaca

Área

Cardiologia

Categoria

Revisão de literatura

Autores

Anelyse Soares Chagas, Antônio Tacachi Nakano Junior, Davi Carvalho Barros Berreza, Roberta Beatriz Santos Oliveira, Vitória Silva Santos