XVI Congresso Tocantinense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

INSUFICIÊNCIA DAS VÁLVULAS CARDÍACAS NA FEBRE REUMÁTICA: FOCO NA REGURGITAÇÃO MITRAL E SUAS IMPLICAÇÕES CLÍNICAS

Introdução

A febre reumática é uma complicação tardia de uma infecção estreptocócica que pode causar inflamação e fibrose das válvulas cardíacas, especialmente a mitral. A regurgitação mitral, uma das lesões mais frequentes, ocorre quando a válvula mitral não se fecha adequadamente, permitindo o refluxo de sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo. Essa disfunção leva à sobrecarga volumétrica do coração e à insuficiência cardíaca progressiva, sendo um problema significativo em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde a febre reumática ainda é prevalente. A compreensão das implicações clínicas da regurgitação mitral é crucial para melhorar o manejo desses pacientes.

Objetivo

O objetivo deste estudo é revisar as implicações clínicas da regurgitação mitral em pacientes com febre reumática no Brasil, bem como no diagnóstico e possibilidades terapêuticas mais recentes e nas estratégias locais de manejo da doença.

Métodos

Foi realizada uma revisão sistemática da literatura brasileira, abrangendo artigos publicados entre 2018 e 2023, em bases de dados como Google Scholar, PubMed, LILACS e BVS. Foram incluídos artigos que tratavam de regurgitação mitral associada à febre reumática, com foco em aspectos diagnósticos, manejo clínico e cirúrgico. Os descritores utilizados nas buscas foram: “febre reumática”, “insuficiência mitral”, “regurgitação mitral”, “ecocardiografia” e “valvopatia reumática”. Ao todo, foram identificados 48 estudos, dos quais 12 cumpriram os critérios de inclusão, sendo que os artigos selecionados forneceram dados relevantes sobre as características clínicas, estratégias de diagnóstico e abordagens de tratamento.

Resultados/Discussão

Os estudos analisados demonstraram que a ecocardiografia é o principal método para diagnóstico precoce e acompanhamento da gravidade da regurgitação mitral em pacientes com febre reumática. Os pacientes com regurgitação mitral de grau moderado a severo tendem a evoluir com dilatação ventricular e átrios aumentados, aumentando o risco de fibrilação atrial e insuficiência cardíaca congestiva. Avanços no tratamento cirúrgico, como a reparação da válvula mitral, mostraram melhores resultados quando comparados à substituição valvar, especialmente em pacientes mais jovens. No Brasil, o acesso a essas intervenções ainda é limitado, mas há um esforço crescente para melhorar a rede de atendimento cardíaco. Tratamentos clínicos, como o uso de inibidores da ECA e betabloqueadores, são amplamente utilizados para reduzir a carga hemodinâmica e controlar os sintomas em pacientes que aguardam cirurgia ou não são candidatos imediatos à intervenção cirúrgica.

Conclusão

A regurgitação mitral permanece uma complicação significativa da febre reumática no Brasil, afetando principalmente populações mais jovens e de baixa renda. O diagnóstico precoce com ecocardiografia e o tratamento adequado, que pode incluir tanto intervenções cirúrgicas quanto manejo clínico, são essenciais para melhorar os desfechos desses pacientes. A ampliação do acesso a técnicas cirúrgicas avançadas e a implementação de programas de prevenção e tratamento da febre reumática são fundamentais para reduzir a morbidade e mortalidade associadas a essa condição.

Palavras Chave

Ecocardiografia; Insuficiência mitral; Febre reumática; Regurgitação mitral; Valvopatia reumática

Área

Cardiologia

Categoria

Revisão de literatura

Autores

Daiuny Moara Fiuza, Vitória da Rocha Miranda Soares, Amélia Farias Dias , Raquel Rodrigues da Silva, Elyanne dos Santos Gomes