XVI Congresso Tocantinense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E TAXA DE MORTALIDADE POR TRANSTORNOS DE CONDUÇÃO E ARRITMIAS CARDÍACAS NO ESTADO DO TOCANTINS, ENTRE OS ANOS DE 2014 E 2023.

Introdução

As doenças cardiovasculares são causas significativas de morbimortalidade, entre elas estão os transtornos de condução e arritmias cardíacas (TCAC) que impactam na coordenação do ritmo cardíaco devido a alterações no impulso elétrico do miocárdio. No âmbito da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), os TCAC são codificados entre I44-I49, incluindo bloqueios atrioventriculares e arritmias complexas como fibrilação atrial e taquicardia ventricular. Segundo Mendes et al. (2019), esses distúrbios podem causar sintomas variáveis, desde palpitações até síncope e, em casos graves, predispor a eventos como insuficiência cardíaca e morte súbita. O diagnóstico precoce e a abordagem terapêutica adequada, que inclui desde o uso de medicamentos até a implantação de dispositivos como marcapassos, são fundamentais para a gestão dessas condições (SILVA, 2020).

Objetivo

Analisar o perfil epidemiológico e a taxa de mortalidade referente às internações e óbitos por transtornos de condução e arritmias cardíacas no estado do Tocantins.

Métodos

Trata-se de um estudo transversal, descritivo e quantitativo, realizado a partir da coleta de dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) do Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Os dados tiveram como referência a taxa de mortalidade e o número de internações e óbitos por transtornos de condução e arritmias cardíacas entre janeiro de 2014 e dezembro de 2023, segundo as variáveis faixa etária, sexo e cor/raça e caráter de atendimento.

Resultados/Discussão

No período analisado, a taxa de mortalidade média por transtornos de condução e arritmias cardíacas é de 6,85 mortes a cada mil habitantes, porém, nesse intervalo de tempo, verificou-se um aumento progressivo não linear, que passou de 8,49 mortes por mil habitantes em 2014 para 11,89 mortes por mil habitantes em 2023. Ademais, no contexto examinado, foram registradas 3.222 internações e 224 óbitos por TCAC, sendo que o ano de 2023 apresentou o maior número de óbitos (17,4%). Dentre as notificações de óbitos, destaca-se um maior percentual em indivíduos de 60 anos ou mais (76,3%), em indivíduos do sexo masculino (53,5%) e em pessoas pardas (73,6%). Referente às internações, a distribuição entre as variáveis é similar às notificações de óbitos, visto que, percentualmente, destacam-se indivíduos de 60 anos ou mais (70,7%), indivíduos do sexo masculino (55,8%) e pessoas pardas (73,3%). Além disso, em relação ao atendimento, observaram-se mais internações e óbitos em caráter de urgência (81,2% e 81,6%, respectivamente), quando comparado ao caráter eletivo.

Conclusão

O estudo revela que os transtornos de condução e arritmias cardíacas (TCAC) representam uma importante causa de óbitos no estado do Tocantins, com destaque para os indivíduos de 60 anos ou mais, do sexo masculino de cor/raça parda. O aumento expressivo de óbitos em 2023, bem como a predominância de atendimentos em caráter de urgência, reforça a necessidade de políticas públicas que visam à prevenção, ao diagnóstico precoce e ao manejo de maior risco. A ampliação do acesso a serviços especializados é fundamental para reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com TCAC na região.

Palavras Chave

Doenças cardiovasculares; Saúde pública; Análise epidemiológica

Área

Cardiologia

Categoria

Trabalho empírico

Autores

LARISSA MOURA ARAUJO GOMES, MARIA EDUARDA ARAÚJO PÊGO CERATTI, ANDRESSA MARTINS MATOS, GUSTAVO ALVES DA SILVA SANTOS, ANA CAROLINA SOBOTA VASCONCELOS