Dados do Trabalho
Título
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA RELAÇÃO ENTRE ÓBITOS E INTERNAÇÕES POR DOENÇAS CIRCULATÓRIAS NO ESTADO DO TOCANTINS DE 2018 A 2023
Introdução
Doenças cardiovasculares (DCV) configuram distúrbios que atingem o coração e os vasos sanguíneos e representam a maior carga global de mortalidade, em todo o mundo (OMS, 2024). Em sua maioria, são altamente preveníveis e estão associadas a hábitos de vida, como tabagismo, comportamento sedentário e níveis de colesterol altos. Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) conferem alto fator de risco para o desenvolvimento das DCV e aumentam em pelo ou menos 4 vezes a chance de desenvolvê-las (BRASIL, 2022). Neste contexto, a compreensão desse fenômeno pode auxiliar no desenvolvimento de ações preventivas ao desenvolvimento das DCV na população.
Objetivo
Delimitar perfil epidemiológico dos óbitos e de internações por doenças circulatórias, no Tocantins, entre os anos de 2018 a 2023.
Métodos
Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo retrospectivo dos casos de óbito e internação por doenças circulatórias no estado do Tocantins no período de janeiro de 2018 a dezembro 2023, no qual os dados públicos foram extraídos do Sistema de Internações Hospitalares- SIH/DATASUS. Foram analisados o número de óbitos e internações, quanto ao sexo, raça/cor, faixa etária e diagnóstico classificados segundo a CID-10.
Resultados/Discussão
No estado do Tocantins foram registradas 32.577 internações devido às doenças do sistema circulatório. A maioria delas, 18.535 (56,59%), ocorreu entre pessoas do sexo masculino, de cor/raça 27.346 (83,94%) parda e prevalentemente na faixa etária de 70 a 79 anos com 7425 (22,29%) hospitalizações. O acidente cerebral vascular (AVC) não especificado, se isquêmico ou hemorrágico, com 6790 (20,84%) casos diagnosticados apresentou maior prevalência em relação às demais doenças de tal sistema, seguida pela insuficiência cardíaca com 6063 (18,61%) internações. Foi registrado o total de 3.255 óbitos, nos quais a maioria foi decorrente de acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico (1.147). Ademais, para sexo, fora identificada uma quantidade de óbitos cerca de 1,23 vezes maior em homens do que em mulheres. Faz-se importante observar que um maior número de óbitos foi visualizado na faixa etária acima dos 80 anos (1.002). No Brasil, a segunda principal causa aguda de óbitos é por doenças cerebrovasculares como o Acidente Vascular Cerebral (AVC), uma das principais Doenças Cardiovasculares (DCV). Dentre fatores de risco como hábitos de vida deletérios (tabagismo, etilismo) tem-se a idade acima de 50 anos, como o identificado pela prevalência etária deste estudo. Esse panorama impõe desafios à saúde pública, frente a um crescimento gradual da população idosa no país (GOMES et al.,2021).
Conclusão
O estudo revelou que as doenças do sistema circulatório, especialmente o AVC e a insuficiência cardíaca, representam uma significativa causa de internações e óbitos no estado do Tocantins, principalmente entre homens e idosos. O estudo reforça a necessidade de estratégias de prevenção e manejo dessas condições, considerando o envelhecimento populacional e os fatores de risco identificados. A alta prevalência de casos em idosos destaca o impacto das doenças circulatórias na saúde pública local.
Palavras Chave
Doenças do Aparelho Circulatório; Perfil Epidemiológico; Acidente Vascular Encefálico
Área
Cardiologia
Categoria
Trabalho empírico
Autores
Catherine Marie de Campos Menezes Rosa, Ana Carolina Pereira Monteiro Manhães, Leilivan Gomes Siqueira Santos, Ana Carolina Sobota Vasconcelos