Dados do Trabalho
Título
Impactos da Embolia Pulmonar na Saúde Pública: Uma Análise da Morbidade Hospitalar no Norte do Brasil (2019-2023)
Introdução
A embolia pulmonar (EP) é uma doença caracterizada pela obstrução parcial ou total de capilares pulmonares por êmbolos formados no sistema venoso profundo. A fisiopatologia da doença inicia com a perturbação de pelo menos um dos três pilares da tríade de Virchow: lesão endotelial vascular, estase venosa e hipercoagulabilidade. Portanto, tem como fatores de risco: câncer, tabagismo, hipertensão arterial sistêmica, contraceptivos orais estrogênicos, infecções e entre outros. Os êmbolos tendem a se formar no sistema venoso profundo devido a maior estase do conteúdo sanguíneo nesses vasos. Em consequência da hipóxia causada por essas obstruções, o paciente apresenta-se com clínica de síndrome respiratória aguda potencialmente fatal que pode ser classificada como: EP maciça, que afeta no mínimo 50% da vasculatura pulmonar, caracterizada por dispneia intensa, síncope, hipotensão e cianose. EP submaciça, que causa disfunção ventricular e provoca dispneia moderada e possui alto risco de deterioração clínica. E EP de baixo risco, em que a dispneia é leve e apresenta excelente prognóstico para o paciente.
Objetivo
Demonstrar o perfil de morbidade hospitalar por embolia pulmonar na região Norte do Brasil entre os anos de 2019 e 2023.
Métodos
Trata-se de um estudo epidemiológico observacional descritivo com abordagem quantitativa, que se baseia em dados secundários obtidos por meio da ferramenta TABnet do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) do Ministério da Saúde (MS), onde está disponível o Sistema de Informações Hospitalares (SIH). As variáveis utilizadas foram faixa etária, sexo, óbitos e caráter de atendimento.
Resultados/Discussão
Entre os anos de 2019 e 2023, foram registradas 942 internações por embolia pulmonar na região Norte do Brasil. Houve variações no número de casos ao longo desse período, com um aumento significativo em 2022 (233 casos) e 2023 (229 casos). O sexo feminino foi predominante, representando 55,4% das internações. A faixa etária mais acometida foi de 40 a 49 anos, com 160 internações, seguida das faixas etárias 60 a 69 e 70 a 79, ambas com 149 internações cada. Ademais, mais de 90% das internações ocorreram em caráter de urgência, refletindo a gravidade clínica da embolia pulmonar. Os estados de Rondônia, Pará e Tocantins concentraram 81% das internações, com o Tocantins se destacando, enquanto o Amazonas, o segundo estado mais populoso, apresentou uma incidência de aproximadamente 1,98 casos por 100.000 habitantes, o Tocantins teve uma incidência de cerca de 12,92 casos por 100.000 habitantes. Em termos de óbitos, o Pará e o Tocantins juntos somaram 63% das mortes, com 77 e 56 casos, respectivamente.
Conclusão
Assim, é importante que os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) adotem estratégias de prevenção e tratamento da embolia pulmonar dando prioridade ao diagnóstico rápido bem como o manejo adequado dos casos de urgência, especialmente considerando o alto índice de internações emergenciais na região. Ações de prevenção, como a identificação dos fatores de risco associados à doença e o acompanhamento contínuo de pacientes vulneráveis, devem ser reforçadas pela Atenção Primária à Saúde, a fim de reduzir a mortalidade, melhorar o prognóstico e minimizar a sobrecarga dos sistemas de saúde na região Norte.
Palavras Chave
Embolia pulmonar; Morbidade; Saúde pública
Área
Multiprofissional
Categoria
Trabalho empírico
Autores
Gabriella Ferreira Debiazzi, Arthur Schorr, Ana Beatriz Schorr, Luciana Pugliese da Silva