XVI Congresso Tocantinense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

REPERCUSSÕES CLÍNICAS DA CARDIOPATIA REUMÁTICA EM CRIANÇAS E A IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL

Introdução

A cardiopatia reumática, também chamada de Doença Cardíaca Reumática (DCR), é uma condição crônica que decorre de danos nas valvas cardíacas causadas por uma reação imunomediada após uma infecção de garganta por estreptococos beta-hemolíticos do grupo A não tratada ou subtratada. Ao longo do tempo, essa degeneração das valvas leva a anormalidades estruturais ao coração que repercutem de forma substancial na saúde e na qualidade de vida dos pacientes. A DCR tem prevalência elevada em crianças, principalmente em regiões economicamente vulneráveis, como os países da América do Sul, da África Subsaariana e da Ásia. No Brasil, a doença cardíaca reumática é responsável por 70% dos casos de doenças valvares, sendo sua principal causa, levando a um custo elevado aos serviços de saúde.

Objetivo

Este estudo tem como objetivo avaliar o impacto clínico da cardiopatia reumática, bem como suas complicações, em crianças portadoras dessa condição, destacando a importância da abordagem multiprofissional no manejo da doença.

Métodos

Foi realizada uma revisão bibliográfica sistemática a partir de artigos científicos disponíveis nas bases de dados PubMed e Scielo. Para a pesquisa, foram utilizadas as palavras-chave “Cardiopatia Reumática”, “Crianças” e “Complicações”. Como critério de inclusão estão os trabalhos que abordavam as repercussões clínicas da cardiopatia reumática em crianças. Foram excluídos os trabalhos que não tratavam de crianças e os que focavam em populações específicas.

Resultados/Discussão

Os estudos mostraram que, embora tenha ocorrido redução na gravidade e na frequência das cardiopatias reumáticas em crianças globalmente, ainda é significativa a quantidade de pacientes acometidos por lesões valvares decorrentes da febre reumática. Corroborando com dados citados na literatura, a valva mitral é a mais atingida. A insuficiência cardíaca é a complicação mais comum, e a que mais comumente leva à intervenção cirúrgica. É importante citar que, na população pediátrica, há uma maior taxa de reoperação a curto prazo, em função da substituição valvar, justificada pelo crescimento da criança. Com isso, observa-se uma maior necessidade de internação e um maior tempo de internação, além de uso prolongado de anticoagulação, acarretando maior risco de sangramento. Como repercussões na qualidade de vida das crianças acometidas pela DRC, encontrou-se um significativo prejuízo na tolerância ao exercício físico e piora na qualidade de vida a longo prazo, pois ela pode levar à disfunção ventricular e ao aumento do risco de aterosclerose na fase adulta. Nesse sentido, a abordagem multiprofissional desses pacientes é fundamental para um desfecho mais favorável, como o papel da fisioterapia para auxiliar a reabilitação cardiovascular e a melhora da tolerância ao exercício físico, por exemplo.

Conclusão

A cardiopatia reumática é uma doença ainda muito prevalente na infância, especialmente em países em desenvolvimento, e que impacta significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Dessa forma, necessita-se reduzir a ocorrência, começando pelo reconhecimento precoce, seguindo ao tratamento adequado e o acompanhamento contínuo por uma equipe multiprofissional, desde a infância até a idade adulta.

Palavras Chave

Cardiopatia Reumática; Criança; Febre reumática

Área

Cardiologia

Categoria

Revisão de literatura

Autores

Laís Maia Fernandes, Letícia de Paula Pinto, Mayra Cristina Barbosa Gonzales, Sofia Aurélio da Silva Braga, Hugo de Carlos Maciel Rossoni