Dados do Trabalho
Título
Escore HEART aplicado em pacientes admitidos com dor precordial na emergência para predição de eventos cardiovasculares maiores.
Introdução
A dor precordial é uma das queixas mais prevalentes nos departamentos de emergência em todo o Mundo. Diante do rico diagnóstico diferencial da dor torácica, que inclui patologias de extrema gravidade clínica, diversas abordagens são sugeridas para triagem e estratificação de risco de pacientes admitidos com dor torácica no pronto-socorro. Dentre elas, há o escore HEART, que leva em consideração cinco variáveis: história médica, eletrocardiograma, idade, fatores de risco cardiovasculares e troponina. Tal ferramenta é capaz de estratificar os pacientes em baixo, moderado e alto risco para eventos cardiovasculares maiores, do inglês, Major Adverse Cardiac Events (MACE). Assim, constitui-se uma abordagem válida e simples para aplicação e predição prognóstica dos pacientes admitidos no serviço de emergência médica.
Objetivo
Avaliar a eficácia do escore HEART para predição de MACE em pacientes com dor precordial admitidos no serviço de emergência.
Métodos
Trata-se de uma revisão de literatura, baseada em dados encontrados nas bases eletrônicas LILACS, MEDLINE e SCIELO, utilizando os descritores “medição de risco”, “dor no peito” e “serviço médico de emergência”, totalizando 106 artigos. Foram incluídos artigos nas línguas inglesa e portuguesa, publicados entre 2020 e 2024, com metodologia detalhada, e excluídos os artigos pagos, duplicados e sem relação com o objetivo proposto, resultando em 7 artigos analisados.
Resultados/Discussão
Os estudos revelam que mais da metade dos pacientes que comparecem à emergência com queixa principal de dor precordial são classificados em baixo risco ao serem avaliados por meio do escore HEART, possuindo um risco muito baixo de sofrer um evento cardíaco adverso grave (MACE) em um período de 30 dias. Assim, associou-se aos pacientes categorizados como baixo risco (0-3 pontos), a partir do escore HEART, uma menor apresentação de MACE em 6 meses de seguimento (<2%). Comparativamente, um dos estudos analisados identificou que os pacientes classificados como alto risco pelo escore HEART, obtiveram 93,7% de incidência de MACE. Diante de casos de dor no peito na emergência, uma das prioridades deve ser a exclusão da hipótese diagnóstica de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). Deste modo, nos pacientes com dor precordial, a utilização do escore HEART deve ser oportuna, tendo em vista a investigação dos diagnósticos diferenciais e a predição de desfechos cardiovasculares maiores, uma vez que trata-se de uma ferramenta viável e facilmente aplicável no contexto dos departamentos de emergência.
Conclusão
A avaliação da eficácia do escore HEART na predição de eventos cardiovasculares maiores em pacientes com dor precordial demonstrou resultados promissores. A estratificação do risco com base nas variáveis do escore permite identificar, de forma eficaz, aqueles com baixo risco, cuja incidência de MACE em 30 dias é significativamente reduzida. Em contrapartida, a alta incidência de eventos em pacientes classificados como alto risco ressalta a importância da triagem precoce e adequada utilizando-se tal ferramenta. Portanto, a aplicação do escore HEART, no contexto de serviços de emergência, não apenas contribui para a otimização do manejo clínico, mas também para a alocação eficiente de recursos, evidenciando sua acurácia e relevância na prática médica atual.
Palavras Chave
Medição de risco; Dor no peito; Serviços médicos de emergência
Área
Cardiologia
Categoria
Revisão de literatura
Autores
Lorena Borralho Azevedo, Carolina Ferreira Santos, Débora Carvalho De Jesus, Julia Cavalcante Aranha, Márcio Augusto Violento