XVI Congresso Tocantinense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

CARDIOVERSOR DESFIBRILADOR IMPLANTÁVEL (CDI) SALVA VIDAS - UM RELATO DE CASO

Introdução

A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é uma condição clínica caracterizada pela incapacidade do coração em bombear sangue de maneira eficaz para atender às demandas metabólicas do organismo (Figueredo, 2018). Essa disfunção resulta em congestão sistêmica e/ou pulmonar, levando a sintomas como dispneia, fadiga e edema. Pacientes com fração de ejeção (FE) reduzida, bloqueio de ramo esquerdo (BRE) e histórico de arritmias ventriculares estão em risco aumentado de morte súbita cardíaca, um evento que pode ser prevenido por intervenções adequadas (AHA, 2022). O cardioversor desfibrilador implantável (CDI) é crucial na abordagem terapêutica, demonstrando eficácia na prevenção de arritmias fatais. É capaz de detectar e tratar automaticamente essas arritmias, utilizando estimulação antitaquicárdica ou choques elétricos. No caso em questão, a paciente apresentava disfunção ventricular esquerda, síncopes recorrentes e arritmias ventriculares, reforçando a necessidade da implantação do CDI.

Objetivo

O objetivo deste estudo é relatar o caso de uma paciente com ICC avançada, apresentando fração de ejeção de 31% e BRE, após a indicação e implantação de um CDI, onde se observou melhora clínica significativa e prevenção de eventos fatais, ressaltando a importância da intervenção em pacientes com arritmias complexas na prevenção de morte súbita.

Métodos

Este relato de caso foi baseado em uma análise detalhada do prontuário médico da paciente, incluindo acompanhamento clínico, resultados de exames complementares e revisão da literatura científica atual sobre o uso de CDI em pacientes com ICC avançada. Foram considerados ecocardiogramas, monitoramento Holter, teste ergométrico, eletrocardiogramas (ECG) e outros testes diagnósticos relevantes realizados durante o seguimento clínico.

Resultados/Discussão

Paciente, R. S. S., 56 anos, lavradora, com histórico de HAS e dislipidemia. Portadora de ICC não isquêmica desde 2012, evoluindo com dispneia progressiva e tosse seca. Em 2015, após um episódio de síncope grave sem liberação esfincteriana foi realizada uma avaliação cardíaca abrangente. Os resultados do ecocardiograma mostraram uma fração de ejeção de 31% e hipocinesia difusa do ventrículo esquerdo. O Holter revelou uma carga arrítmica significativa, com 3.858 extrassístoles ventriculares isoladas, e episódios de bigeminismo e trigeminismo. Justificando assim, a indicação urgente de um CDI. A implantação do CDI foi realizada, com melhora significativa nos sintomas e na prevenção de episódios de síncope. O teste ergométrico subsequente revelou baixa capacidade funcional, com a paciente alcançando 5,52 METs, sem novos episódios de arritmia ou isquemia. Em 2022 evoluiu com um síncope e avaliação do marcapasso a nivel ambulatorial evidenciou que a paciente apresentou uma fibrilação ventricular de 15 segundos (250 bpm) com um choque elétrico e uma taquicardia ventricular (240) com um choque elétrico abortando as arritmias.

Conclusão

A implantação do CDI foi crucial para a sobrevida da paciente. A capacidade do CDI de detectar e tratar arritmias evitou episódios fatais e proporcionou uma melhora na qualidade de vida. Este relato não apenas reforça a eficácia do CDI como uma estratégia preventiva essencial em pacientes com arritmias complexas, também evidencia a importância da intervenção precoce. A ação do cardiodesfibrilador diante das arritmias ventriculares fatais salvou a vida da paciente em questão. Dessa maneira, o implante do cardiodesfibirlador muda desfechos clínicos e a qualidade de vida.

Palavras Chave

CDI; Cardiologia; Arritmia Cardíaca; Cardiodesfibrilador

Área

Cardiologia

Categoria

Relato de caso

Autores

Luiz Antonio Ferreira Farias, Danielle Dantas Borges, Leonardo Pereira do Nascimento Silva, Vinicius Barbosa Reis, Alinne Katienny Lima Silva Macambira