XVI Congresso Tocantinense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Fatores Previsores de Sobrevivência em Pacientes com Parada Cardíaca Extra Hospitalar: Uma Análise Retrospectiva de Dados Clínicos e Socioeconômicos

Introdução

A parada cardíaca extra-hospitalar (PCEH) é uma das principais causas de mortalidade global, representando um desafio significativo para sistemas de saúde em todo o mundo. A sobrevida após uma PCEH permanece baixa, apesar dos avanços nas técnicas de reanimação cardiopulmonar e no manejo pós-ressuscitação. A identificação de fatores que influenciam a sobrevivência desses pacientes é crucial para o desenvolvimento de estratégias que possam melhorar os desfechos clínicos. Nota-se que características clínicas, como o tempo até o início da reanimação, são preditores importantes de sobrevivência. No entanto, fatores socioeconômicos, como nível de renda e acesso a serviços de emergência, também podem desempenhar um papel relevante, embora sejam menos explorados na literatura.

Objetivo

Analisar quais os fatores preditores de sobrevivência em pacientes com parada cardíaca extra-hospitalar.

Métodos

Trata-se de um estudo comparativo, realizado na base de dados como Google Acadêmico e Scielo, na qual foi utilizado o descritor “sobrevida em PCREH”. Os critérios de inclusão foram artigos na língua portuguesa e inglesa, realizados nos últimos cinco anos, disponíveis de forma gratuita, sendo excluídos os artigos que não estavam relacionados ao tema de forma explícita, sendo selecionado 2 artigos.

Resultados/Discussão

Pacientes que receberam RCP por leigos antes da chegada do serviço médico tiveram uma taxa de sobrevivência maior (23,5%) em comparação aos que não receberam RCP prévia (11,4%), sendo esse um fator crucial para a sobrevivência de pacientes com PCEH, tendo a educação pública e o treinamento em técnicas de ressuscitação com um impacto direto na mortalidade.Além disso, o tempo médio de resposta da ambulância foi de 7,8 minutos nos sobreviventes, contra 12,5 minutos nos não sobreviventes, com cada minuto sem RCP diminuindo significativamente as chances de sobrevida, ressaltando a necessidade de aprimoramento na logística dos serviços de emergência, especialmente em áreas mais remotas ou com menor infraestrutura. A análise socioeconômica revelou que ainda há desigualdades no acesso ao atendimento de emergência, sendo que pacientes de classes sociais mais altas apresentaram taxas de sobrevivência superiores (24,6%) em comparação com os de classes menos favorecidas (10,7%), devido ao maior acesso a treinamento de RCP, à infraestrutura de saúde mais desenvolvida e à maior conscientização sobre emergências médicas em áreas de maior poder aquisitivo. Portanto, as políticas públicas devem priorizar a ampliação do acesso a treinamentos de RCP para populações de baixa renda e melhorar a eficiência dos serviços de emergência nas regiões mais carentes.

Conclusão

A investigação sobre os fatores de sobrevivência em parada cardíaca extrahospitalar destaca o tempo de resposta dos serviços de emergência, a realização de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) por testemunhas, e o nível socioeconômico do paciente. Verificou-se que pacientes de classes sociais mais altas têm melhores taxas de sobrevivência devido ao melhor acesso a treinamento e infraestrutura. Para melhorar os desfechos clínicos e reduzir desigualdades, é fundamental investir em educação pública sobre RCP e otimizar a logística dos serviços de emergência, especialmente em áreas com menor renda.

Palavras Chave

PCREH; sobrevida em PCREH; sobrevivência em PCREH

Área

Cardiologia

Categoria

Trabalho empírico

Autores

Izabella Batista Alves Satélis, Bruna Stéphany Alves Rêgo Sento-Sé Cordeiro, Ana Cecília Lopes Profiro, Milena Carmo dos Santos Almeida, Elyanne dos Santos Gomes