Dados do Trabalho
Título
A utilização de calculadoras de risco cardiovascular na indicação de estatinas: Impacto na prática clínica e desfechos cardiovasculares.
Introdução
As calculadoras de risco cardiovascular (CRC) desempenham importante papel para estratificação do risco cardiovascular (RC) e na eleição de escolhas terapêuticas, pois, além da estratificação de risco, algumas ferramentas podem contribuir também para o manejo clínico e abordagem terapêutica, orientando a indicação de terapias preventivas, como o uso de estatinas. Os inibidores da HMG-CoA redutase, ou estatinas, são medicamentos que ajudam a reduzir os níveis séricos de colesterol LDL, impactando diretamente nos desfechos coronarianos, reduzindo as chances de eventos cardiovasculares graves. Deste modo, torna-se importante iniciar estatinas precocemente para prevenção primária de doença cardiovascular baseada na estratificação do risco cardiovascular.
Objetivo
Avaliar o uso das calculadoras de risco cardiovascular na indicação de estatinas na prática clínica examinando o impacto dessas ferramentas nos desfechos cardiovasculares.
Métodos
Trata-se de uma revisão de literatura, realizada por meio dos dados encontrados na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram utilizados como descritores de busca os termos “risco cardiovascular”, “estatinas” e “hipercolesterolemia”. Incluiu-se como critérios os artigos nas línguas inglesa e portuguesa, publicados na base de dados LILACS, no período de 2020 a 2024. Excluíram-se as teses, resumos simples, dissertações e artigos sem metodologia detalhada, resultando em 28 artigos encontrados e 5 artigos analisados.
Resultados/Discussão
A incorporação das CRC na prática clínica resultou em uma melhor individualização da prescrição de estatinas, evitando tanto o subtratamento quanto o uso excessivo. Além disso, o uso das CRC possibilitou a personalização da abordagem, tendo como foco o risco global do paciente. Estudos de análise da implementação de calculadoras demonstraram que, com a utilização dessa ferramenta na prática clínica, houve redução nos eventos cardiovasculares maiores, como infarto agudo do miocárdio (IAM) e acidente vascular cerebral (AVC), especialmente em pacientes com risco intermediário, os quais se beneficiaram de intervenções precoces com estatinas. Dessa forma, mostra-se necessária a reavaliação periódica de cada paciente, com a utilização das CRC, para a realização de possíveis adequações tanto ao uso das estatinas quanto ao uso de outras medidas de tratamento, a fim de prevenir a ocorrência de doença aterosclerótica e aumentar a sobrevida de pacientes com fator de risco cardiovascular.
Conclusão
Desse modo, observa-se o papel fundamental das calculadoras de risco cardiovascular (CRV) como ferramentas aliadas no consultório médico, visando um atendimento integralizado do paciente candidato ao uso das estatinas. Nesse cenário, a estratificação do risco cardiovascular por meio das CRV para eleger os pacientes que irão receber a terapia medicamentosa com estatina é de suma importância como forma de prevenção primária, contribuindo diretamente na prevenção de desfechos cardiovasculares graves. Assim, reforça-se a importância do uso contínuo das CRC, aliado à reavaliação clínica, para a prevenção de doenças ateroscleróticas e melhoria dos desfechos cardiovasculares.
Palavras Chave
Risco Cardiovascular; estatinas; hipercolesterolemia
Área
Cardiologia
Categoria
Revisão de literatura
Autores
Julia Cavalcante Aranha, Lorena Borralho Azevedo, Carolina Ferreira Santos, Deusivaldo Silva Pimentel Junior, Livia Benvindo Do Carmo