Dados do Trabalho
Título
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NO BRASIL: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE 2018 A 2023
Introdução
A insuficiência cardíaca (IC) é caracterizada pela incapacidade do coração de bombear sangue de forma eficaz, comprometendo as demandas metabólicas do corpo. Resultante de condições como infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial sistêmica e cardiopatias valvares, a IC é uma das principais causas de morbimortalidade global, afetando cerca de 23 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, a IC destaca-se como a principal causa de hospitalizações, com mais de 2 milhões de internações e 252 mil óbitos entre 2008 e 2018. Apesar dos avanços no tratamento e manejo da doença, a IC permanece como um relevante problema de saúde pública devido à sua alta incidência, ao impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes, às elevadas taxas de hospitalização e mortalidade, além dos significativos custos econômicos para os sistemas de saúde.
Objetivo
Descrever o perfil epidemiológico da insuficiência cardíaca no Brasil, no período de 2018 a 2023, com ênfase nos dados de prevalência.
Métodos
Trata-se de uma revisão da literatura sobre as características epidemiológicas da insuficiência cardíaca congestiva no Brasil. As bases de dados utilizadas foram Scielo, PubMed, Dynamed e UpToDate. Os descritores usados foram “Insuficiência cardíaca”, “prevalência”, “incidência”, “epidemiologia” e “Brasil”, bem como as combinações entre eles utilizando o operador booleano “AND”. Como critérios de inclusão foram considerados artigos originais, revisões de literatura e estudos epidemiológicos realizados no Brasil. Foram excluídos estudos realizados antes de 2018 e após 2023.
Resultados/Discussão
A insuficiência cardíaca no Brasil apresentou uma tendência geral de redução nas internações ao longo dos anos. Houve redução de 34% nas hospitalizações, porém, um aumento de 30,1% na mortalidade hospitalar, com maior impacto nas regiões Norte e Nordeste. Homens de 70-79 anos e de etnia parda foram os mais afetados, com hipertensão, diabetes e dislipidemia como principais comorbidades. O estudo BREATHE evidenciou alta mortalidade intra-hospitalar e baixa taxa de prescrição de medicamentos baseados em evidências. Embora as internações tenham diminuído, o aumento da mortalidade e dos custos hospitalares, especialmente em casos graves, reforça a necessidade de melhorar a qualidade assistencial, as estratégias de manejo e implementar ações preventivas focadas nos fatores de risco.
Conclusão
Diante da análise detalhada do perfil epidemiológico da insuficiência cardíaca no Brasil no período de 2018 a 2023, ressalta-se a complexidade e a relevância desse cenário de saúde pública. Os dados revelam uma tendência decrescente nas internações, refletindo possíveis avanços nas práticas de cuidado e prevenção. No entanto, o aumento significativo na mortalidade hospitalar, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, levanta sérias preocupações. A redução das internações, embora positiva, contrasta com o aumento da mortalidade e dos custos hospitalares, especialmente em casos graves. Essa disparidade reforça a importância de aprimorar a qualidade dos cuidados, implementar estratégias de manejo mais eficazes e intensificar ações preventivas direcionadas aos fatores de risco.
Palavras Chave
Brasil; epidemiologia; Insuficiência cardíaca; Prevalência
Área
Cardiologia
Categoria
Revisão de literatura
Autores
Breno Beserra Martins, Amanda Sousa dos Santos, Leticia Brito dos Santos, Márllon de Sousa Rêis, Elyanne dos Santos Gomes