Dados do Trabalho
Título
Perfil epidemiológico das internações por infarto agudo do miocárdio no Tocantins, entre 2013 e 2023
Introdução
O Infarto Agudo do Miocárdio é a principal causa de morte no Brasil e no mundo. Essa ocorrência é considerada uma emergência médica e requer internação e tratamentos imediatos, no Brasil, esse agravo representou 10,2% das internações no Sistema Único de Saúde. Considerando sua forte associação com fatores de risco modificáveis como tabagismo, obesidade e hipertensão arterial, a identificação de padrões demográficos pode oferecer dados essenciais para o planejamento regional em saúde.
Objetivo
Este estudo tem como objetivo traçar um perfil epidemiológico para as internações inscritas como ocasionadas por infarto agudo do miocárdio no estado do Tocantins.
Métodos
Trata-se de uma pesquisa quantitativa, observacional e transversal do tipo descritiva com coleta de dados secundários fornecidos pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH/DATASUS). Os critérios para inclusão foram: internações registradas com CID BR 10 - código 068.1, no estado do Tocantins, por local de residência, no período de 2013 a 2023; as variáveis analisadas foram sexo, raça/cor e faixa etária. Dispensou-se apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa visto que foram utilizados dados públicos, gratuitos, sem identificação dos participantes.
Resultados/Discussão
O estado do Tocantins, de 2013 a 2023, obteve 4.971 internações por IAM representando 0,52% do total, e 566 óbitos, o que corresponde a uma taxa de mortalidade de 11,39. O número de internações se manteve estável entre os anos, com maior prevalência em 2022 (14,62%), e o menor em 2018 (5,93%). Além disso, a cidade de Palmas constituiu 17% das internações totais, no entanto, atingiu 0,28% de incidência, assim, os municípios com maior índice foram: São Valério (1,09%), Santa Rita do Tocantins (0,9%) e Cariri do Tocantins (0,85%). Quanto às variáveis sociodemográficas, as hospitalizações prevaleceram no sexo masculino (67,7%), apresentando-se mais frequentemente na raça parda (75,9%) e menos na indígena (0,2%), entretanto, cabe salientar que 13,1% das internações foram registradas sem informação quanto à raça. Destaca-se, ainda, a faixa etária de 50 a 74 anos (64,4%), sendo que a de 60 a 69 anos representou 28,4% do total.
Conclusão
Os dados colhidos indicam maiores taxas de internamento por IAM em indivíduos do sexo masculino e idades mais avançadas, em concordância com o perfil brasileiro da doença. Apesar do quantitativo reduzido de hospitalizações no estado quando comparado ao cenário nacional, um contexto de subdiagnose e subnotificação na região deve ser considerado. Sendo assim, estratégias de prevenção com enfoque no perfil analisado para a região, devem ser implementadas, bom como a produção de novos estudos acerca da epidemiologia de internações por IAM.
Palavras Chave
Análise epidemiológica; hospitalização; Infarto Agudo do miocárdio
Área
Multiprofissional
Categoria
Trabalho empírico
Autores
Ana Carolina Pereira Matos, Rayane Santos de Seles