XVI Congresso Tocantinense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: OLMESARTANA COMO CAUSA DE DIARREIA

Introdução

A olmesartana integra a classe dos bloqueadores dos receptores da angiotensina II (BRAs), medicações geralmente bem toleradas e amplamente utilizadas no tratamento da Hipertensão Arterial. O mecanismo farmacológico consiste na ligação ao receptor da angiotensina II tipo I, inibindo o sistema renina - angiotensina, resultando em vasodilatação e natriurese. Atualmente, observa-se, dentre os efeitos colaterais associados ao uso prolongado da olmesartana, a enteropatia semelhante à doença espru, manifestando-se com sintomas intestinais como diarreia crônica, perda de ponderal e náuseas. O tratamento instituído é a descontinuação da medicação e substituição por outra classe de anti - hipertensivo para controle da pressão arterial.

Objetivo

Diante disso, o presente estudo tem como objetivo conhecer os diferentes efeitos colaterais devido ao uso de olmesartana.

Métodos

Refere-se a um estudo observacional descritivo, o qual obteve suas informações a partir de análise de prontuário.

Resultados/Discussão

Paciente sexo feminino, com histórico de hipertensão arterial sistemica, comparece a primeira consulta, em uso de Aradois H, apresentando picos hipertensivos de 160-170 mmHg de pressão sistólica, confirmado por meio do MAPA que demonstrou PAM alterada, sendo necessário portando a troca da medicação para olmesartana. Paciente retorna para uma segunda consulta, queixando-se de um quadro diarreico há cerca de 5 dias, caracterizado por presença de fezes líquidas 4-5 vezes ao dia, sem muco e sangue, associada a dor em região suprapúbica, sensação de plenitude e presença de gases. Nega queixas de disúria, polaciúria e demais queixas urinárias, bem como disfagia e pirose. Sendo prescrito no momento metronidazol 500 mg 8/8 horas por 7 dias e digeplus, e solicitado exames laboratoriais. Paciente retorna com resultados de exames laboratoriais normais com HB de 11,8; Leucócitos de 7.550; Plaquetas de 201.000: Creatinina 1,2; EAS normal; TGO 35; TGP 21, mas com queixa de piora da diarreia nos últimos dias, apresentando melhora apenas ao uso de AVIDE. Sendo realizado nesse terceiro momento a troca da olmesartana por acertanlo, mantido o metronidazol até completar 7 dias, mantido o Avide por 5 dias e orientado sobre hidratação oral. Após 1 semana, paciente retorna relatando melhora dos episódios diarreicos.

Conclusão

Descreve-se um caso clínico de diarreia associada ao uso de Olmesartana. A enteropatia secundária a olmesartana é um diagnóstico raro e de exclusão, que necessita de uma anamnese criteriosa para descartar diagnósticos diferenciais como doença celíaca. O tratamento dessa patologia, como descrito no caso, é baseado em suporte clínico, troca da medicação e hidratação, com melhora clínica gradual. É importante reconhecer essa patologia visto que pode ser potencialmente grave.

Palavras Chave

Olmesartana; Diarreia; Enterocolite; Cardiologia

Área

Cardiologia

Categoria

Relato de caso

Autores

Jullya Alves Lourenço, Leonardo Pereira do Nascimento Silva, Lívia Maria Sousa Mesquita, Brenda Cavalcanti de Oliveira Melo, Alinne Katienny Lima Silva Macambira