XVI Congresso Tocantinense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

RELAÇÃO ENTRE FIBRILAÇÃO ATRIAL E ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO: FATORES DE RISCO E ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS

Introdução

O acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico é uma das principais causas de morte e incapacidade a longo prazo em todo o mundo, constituindo um grave problema de saúde pública. A fibrilação atrial (FA) é a arritmia cardíaca mais comum encontrada no ambiente clínico e está significativamente associada ao aumento do risco de AVC isquêmico. Pacientes com FA apresentam um risco cinco vezes maior de sofrerem esse tipo de AVC em comparação com a população em geral, devido à formação de trombos na cavidade atrial resultante da estase sanguínea.

Objetivo

O presente trabalho tem como objetivo analisar a relação entre a fibrilação atrial e o AVC isquêmico, destacando os fatores de risco, as implicações clínicas e as estratégias terapêuticas voltadas para reduzir a incidência e as consequências de eventos cerebrovasculares em pacientes com FA.

Métodos

Foi realizada uma revisão sistemática da literatura com artigos científicos relevantes, indexados nas bases de dados Scielo e PubMed. Utilizaram-se como descritores de saúde as palavras-chave "AVC isquêmico" e "fibrilação atrial". Apenas artigos que abordavam a relação entre a FA e o AVC isquêmico foram incluídos na análise, enquanto os que não apresentavam dados sobre essa conexão foram excluídos.

Resultados/Discussão

A relação entre fibrilação atrial e AVC isquêmico é amplamente reconhecida na prática clínica. A FA é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de AVC, pois as contrações atriais ineficazes, causadas pela atividade elétrica desorganizada nos átrios, levam à estase sanguínea, especialmente no átrio esquerdo, favorecendo a formação de trombos que podem ocluir as artérias cerebrais. Do ponto de vista epidemiológico, o risco de AVC isquêmico em pacientes com FA é até cinco vezes maior em comparação com indivíduos sem a arritmia, sendo ainda mais elevado na população idosa. Clinicamente, o AVC isquêmico se manifesta por déficits neurológicos específicos (como hemiparesia, afasia ou perda do campo visual) que dependem da área cerebral afetada pelo infarto. O diagnóstico precoce é fundamental e as técnicas de imagem preferidas incluem tomografia computadorizada e ressonância magnética. A eletrocardiografia é essencial para o diagnóstico da FA, e a ecocardiografia é indicada para todos os pacientes, a fim de avaliar o risco tromboembólico e o prognóstico. A anticoagulação é a principal estratégia terapêutica para prevenir AVC em pacientes com FA. Tanto a varfarina, ajustada pelo INR, quanto os anticoagulantes orais diretos (como rivaroxabana, apixabana, edoxabana e dabigatrana) são eficazes na redução do risco de AVC isquêmico. Em casos agudos e dentro da janela terapêutica, a trombólise pode ser considerada. Pacientes que sofrem AVC isquêmico podem desenvolver complicações graves, como déficits neurológicos permanentes e a síndrome pós-AVC, o que ressalta a importância de uma abordagem multidisciplinar contínua no tratamento desses pacientes.

Conclusão

A fibrilação atrial é um dos mais importantes fatores de risco para o AVC isquêmico, exigindo uma identificação precoce por parte dos profissionais de saúde e um gerenciamento rigoroso para prevenir eventos cerebrovasculares. A anticoagulação é uma estratégia essencial para reduzir a incidência de AVC isquêmico e suas complicações, sendo um aspecto central no manejo de pacientes com FA.

Palavras Chave

AVC Isquêmico; Fibrilação atrial; Arritmias Cardíacas

Área

Multiprofissional

Categoria

Revisão de literatura

Autores

Gustavo Goulart Oliveira, Tiago Pontes Teixeira, Laís Maia Fernandes, Larissa Emanuele Correia, Déborah Barcelos Victoy Borges