XVI Congresso Tocantinense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

A relação entre os níveis de supressores solúveis de tumorigenicidades 2 e a insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida

Introdução

Os biomarcadores genéticos consistem em estruturas bioquímicas que identificam modificações celulares e moleculares dentro do organismo humano. Dentre os diversos tipos, o biomarcador supressor solúvel de tumorigenicidade 2 (sST2) consiste em um potente preditor de desfechos cardiovasculares em pacientes acometidos pela insuficiência cardíaca, uma vez que a partir de sua concentração sanguínea pode ser utilizado para guiar o prognóstico.

Objetivo

O presente estudo tem como intuito analisar como os níveis elevados de sST2 estão associados a maiores taxas de mortalidade e hospitalização de pacientes com insuficiência cardíaca e fração de ejeção reduzida.

Métodos

Trata-se de revisão integrativa da literatura. Utilizou-se a estratégia de busca (sST2) AND (Heart Failure with Reduced Ejection Fraction) AND (Prognosis) para levantamento de dados no PubMed. Os estudos incluídos foram coortes prospectivas publicadas em inglês, sem restrição de período de publicação, que correlacionaram valores séricos de sST2 com um desfecho primário composto por mortalidade e/ou hospitalização em pacientes com insuficiência cardíaca e fração de ejeção de reduzida (ICFER). Revisões de literatura, relatos de casos, editoriais e estudos experimentais foram excluídos. A estratégia de busca gerou 25 resultados e 4 estudos observacionais prospectivos satisfizeram os critérios de inclusão. A síntese dos dados foi conduzida qualitativamente, buscando identificar padrões entre os níveis de sST2 e desfechos nos pacientes com ICFER.

Resultados/Discussão

As quatro coortes totalizaram 633 pacientes e todas acompanharam seus participantes ao menos por um ano. Há grande heterogeneidade dentre os estudos analisados. No que tange à Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo (FEVE), dois estudos admitiram pacientes com FEVE ≤50%, um estudo utilizou FEVE ≤ 45% e outro FEVE ≤ 40%. Duas coortes excluíram pacientes NYHA IV ou com descompensações nas últimas quatro semanas da análise, enquanto outras duas mantiveram esse perfil de paciente. Em todas as coortes, a quantificação dos valores séricos de sST2 foi realizada através de ensaios imunoenzimáticos, sendo que três utilizaram o Pressage ST2 Assay e uma o MBL ST2 Assay, kits com diferentes valores de referência. Todos os estudos relacionaram valores séricos elevados de sST2 na admissão do paciente com pior prognóstico, independentemente da metodologia laboratorial utilizada. Maiores níveis basais de sST2 possuíram relação estatisticamente significativa com os seguintes desfechos: mortalidade por todas as causas, mortalidade cardiovascular e hospitalização. Dois estudos utilizaram curvas ROC para determinar o valor de corte ideal para predição de mortalidade e hospitalização com o Pressage ST2 Assay, chegando aos valores de 49ng/ml (AUC 0,784 95% CI 0.707-0.860) e 45.818 ng/ml (AUC 0.676 p= 0.0009).

Conclusão

Apesar da amostra reduzida e da heterogeneidade das coortes analisadas, valores séricos elevados de sST2 estiveram consistentemente associados a piores desfechos em pacientes com ICFER. Novos estudos são necessários para validar o potencial desse biomarcador.

Palavras Chave

Biomarcador; Insuficiência cardíaca; Prognóstico

Área

Cardiologia

Categoria

Revisão de literatura

Autores

Yanna Ritha Clemente Ferreira Sousa, Joao Pedro Lustosa Peres Wanderley, Maria Eduarda Rocha Borges